ATA DA VIGÉSIMA SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 10-4-2008.
Aos dez dias do mês de abril do ano de dois mil e
oito, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a
segunda chamada, respondida pelos Vereadores Alceu Brasinha, Bernardino
Vendruscolo, Beto Moesch, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Ervino Besson,
Guilherme Barbosa, João Bosco Vaz, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Maria Celeste,
Mauro Zacher, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Nilo Santos e Sebastião Melo.
Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os
trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Aldacir Oliboni,
Almerindo Filho, Dr. Goulart, Dr. Raul, Elói Guimarães, Haroldo de Souza, João
Antonio Dib, João Carlos Nedel, Margarete Moraes, Maria Luiza, Maristela
Maffei, Maurício Dziedricki, Professor Garcia, Sofia Cavedon e Valdir Caetano.
À MESA, foi encaminhado, pela Vereadora Maristela Maffei, o Projeto de Lei do
Legislativo nº 030/08 (Processo nº 1134/08). Também, foram apregoados os
seguintes Memorandos, deferidos pelo Senhor Presidente: de nº 013/08, de
autoria do Vereador Carlos Comassetto, solicitando autorização para representar
externamente este Legislativo, hoje, na entrega, à Senhora Yeda Crusius,
Governadora do Estado do Rio Grande do Sul, de convite para o “fisl9.0 – 9º
Fórum Internacional Software Livre – A tecnologia que liberta”, às quinze
horas, no Palácio Piratini, em Porto Alegre; de nº 013/08, de autoria da
Vereadora Neuza Canabarro, solicitando autorização para representar externamente
este Legislativo, hoje, em palestra a ser proferida pela Senhora Maria Elvira
Salles Ferreira no evento BPW-Brasil, às quatorze horas, na sede da Federação
de Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul – FARSUL –, em Porto Alegre. Do
EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos 217/08, do Senhor Prefeito
Municipal de Porto Alegre; 280429 e 280510/08, do Fundo Nacional de Saúde do
Ministério da Saúde. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em
TRIBUNA POPULAR, ao Padre Paulo José Dalla Rosa, Pároco da Paróquia São Jorge,
que convidou todos a participarem de atividades atinentes à 55ª Festa de São
Jorge, a serem realizadas do dia treze ao dia vinte e sete de abril do
corrente, na Paróquia conduzida por Sua Reverência. Nesse contexto, discorreu
acerca de atividades desenvolvidas pela comunidade paroquial envolvida na
organização desse evento e relatou a vida e a lenda de São Jorge, salientando o
simbolismo ali presente de busca da paz por meio da fé católica. Em
continuidade, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Aldacir
Oliboni, Maurício Dziedricki, Beto Moesch, Ervino Besson, Luiz Braz e Dr. Raul
e a Vereadora Maristela Maffei manifestaram-se acerca do assunto tratado
durante a Tribuna Popular. Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou a
presença, neste Plenário, da Deputada Federal Maria do Rosário. Às quatorze
horas e quarenta e dois minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos,
sendo retomados às quatorze horas e quarenta e três minutos, constatada a
existência de quórum. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Marcelo Danéris comentou
dados apresentados pelo Governo Municipal acerca de seu desempenho,
considerando insatisfatórios os índices constatados nas áreas de saúde,
educação, segurança pública e habitação popular. Nesse sentido, asseverou que
houve redução no número de demandas do Orçamento Participativo atendidas pela
Prefeitura e rechaçou a diminuição do volume de investimentos realizados na
Cidade. Após, o Senhor Presidente registrou as presenças, neste Plenário, de
alunos e do Professor Edson Antoni, do Colégio Bom Conselho, que comparecem à
Câmara Municipal de Porto Alegre para participar do Projeto de Educação
Política, desenvolvido pelo Memorial desta Casa. Também, foi apregoado o Ofício
nº 255/08, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando Mensagem
Retificativa ao Projeto de Lei do Executivo nº 043/07 (Processo nº 9910/07). Em
GRANDE EXPEDIENTE, a Vereadora Maria Celeste, registrando o transcurso, em sete
de abril, do Dia Mundial da Saúde e recordando declarações do Senhor José
Fogaça, quando candidato à Prefeitura, acerca dessa área, atentou para pesquisas
que indicam o declínio dos serviços públicos de saúde na Cidade. Ainda,
apresentou Requerimento à COSMAM, solicitando a convocação do Secretário Eliseu
Santos, para esclarecer problemas com as Unidades Básicas de Saúde do
Município. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Aldacir Oliboni analisou
pesquisa realizada pelo jornal Zero Hora acerca das preocupações da população
porto-alegrense, na qual é apontada a área de saúde pública como o principal
problema da Cidade. Nesse sentido, desaprovou o gerenciamento feito pelo
Governo Municipal em relação ao Programa de Saúde da Família, afirmando que a
proposição que cria vagas para agentes de saúde é inconstitucional, confusa e
deficiente. O Vereador Dr. Goulart defendeu a realização de investigação no
Conselho Municipal de Saúde, asseverando que as mesmas pessoas se perpetuam na
diretoria desse Conselho e que a análise das prestações de contas da Secretaria
Municipal de Saúde segue, indevidamente, diretrizes políticas e não técnicas.
Além disso, elogiou o desempenho do Senhor Eliseu Santos na condução dessa
Secretaria, considerando injustas críticas à qualidade do seu trabalho à frente
desse órgão. O Vereador João Antonio Dib mostrou-se contrário às reclamações
relativas à saúde pública em Porto Alegre, elogiando os desempenhos dos
Senhores Pedro Gus e Eliseu Santos na Secretaria Municipal da Saúde e
sustentando que os problemas existentes nessa área são oriundos do Governo
anterior e que os recursos federais aplicados em saúde diminuíram. Ainda, aprovou
a decisão de cercamento do Instituto de Educação General Flores da Cunha. O
Vereador Dr. Raul discursou acerca da evolução do atendimento médico público
desde a instituição do Sistema Único de Saúde, recordando dificuldades
enfrentadas pelos profissionais de postos municipais para prestarem atendimento
à população. Sobre o tema, analisou a influência da falta de aplicação de
recursos públicos nessa área e propugnou pela efetiva priorização do Programa
de Saúde da Família pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Em COMUNICAÇÕES,
o Vereador Carlos Comassetto registrou suas críticas quanto às políticas de
habitação do Governo Municipal, considerando inaceitáveis a qualidade de
construções feitas pelo Departamento Municipal de Habitação e referindo-se a
supostas irregularidades cometidas pelo Senhor Nelcir Tessaro quando na direção
desse órgão. Também, protestou contra o fato de projetos da Prefeitura não
serem enviados a análise do Conselho Municipal de Saúde. O Vereador Carlos
Todeschini repudiou a nomeação do Senhor Nelcir Tessaro para Cargo em Comissão
no Departamento Municipal de Habitação, tornada sem efeito em ato publicado na
edição de hoje do Diário Oficial de Porto Alegre, declarando que essa nomeação
foi feita de forma ilegal. Além disso, questionou a gestão e cláusulas constantes
em editais de concorrência pública no Departamento Municipal de Água e Esgotos
e criticou as condições da área de saúde pública na Cidade. O Vereador Luiz Braz leu
notícia publicada na página da internet “Videversus”, acerca de decisão
proferida pelo Tribunal de Contas do Estado, na qual o ex-Prefeito Raul Pont teria
sido condenado a devolver aos cofres públicos a quantia de quatorze mil reais,
por malversação de recursos destinados ao asfaltamento da Rua Pitoresca, no
Jardim Bento Gonçalves. Ainda, elogiou ações do Prefeito José Fogaça,
relativamente à pavimentação de logradouros públicos. O Vereador Beto Moesh
analisou a importância do uso racional e sustentável da água, reportando-se à
falta de chuva no Rio Grande do Sul e afirmando que nos próximos vinte anos o Estado
poderá enfrentar uma macroestiagem, caso não sejam tomadas providências para otimizar
o consumo desse recurso natural. Sobre o tema, defendeu iniciativas que
combatam o desperdício de água e mencionou a necessidade de utilização da água
da chuva e o reuso da água nas residências e empresas. O Vereador Nilo Santos replicou
críticas ao Secretário Eliseu Santos efetuadas pelos Vereadores Marcelo Danéris
e Maria Celeste, no período de Grande Expediente. Nesse sentido, questionou a
atuação da Bancada do Partido dos Trabalhadores neste Legislativo, afirmando
que a Executiva Estadual desse Partido solicitou contatos com o Partido
Trabalhista Brasileiro, objetivando a articulação de coligação para o pleito
municipal que ocorrerá em outubro deste ano. Na oportunidade, o Vereador
Marcelo Danéris informou que o Partido dos Trabalhadores não irá procurar o
Partido Trabalhista Brasileiro, para debater possível coligação nas eleições
municipais do corrente ano, tendo o Vereador João Bosco Vaz solicitado cópia
das notas taquigráficas dessa manifestação. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Dr.
Raul saudou a criação do Centro Integrado de Planejamento Familiar de Porto
Alegre, nos termos de Projeto de Lei de sua autoria aprovado por esta Casa.
Ainda, referiu-se à votação, pelo Senado Federal, da Proposta de Emenda
Constitucional nº 29, que eleva os percentuais mínimos a serem gastos com saúde
pública, e elogiou o trabalho realizado no Município pelos servidores
responsáveis pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU. Em PAUTA,
Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do
Legislativo nos 018, 043, 062 e 013/08, este discutido pelo Vereador
Guilherme Barbosa; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos
039/08 e 180/07, este discutido pelo Vereador Aldacir Oliboni e pela Vereadora
Maria Celeste, os Projeto de Lei do Executivo nos 016 e 017/08,
discutidos pelos Vereadores Carlos Todeschini, Sofia Cavedon e Guilherme
Barbosa, 020/08, discutido pela Vereadora Maria Celeste, e 036/08, discutido
pelo Vereador Carlos Todeschini. Na ocasião, o Vereador Maurício Dziedricki
formulou Questão de Ordem, acerca do embasamento regimental do pronunciamento
efetuado pela Vereadora Maria Celeste, no período destinado à Discussão
Preliminar de Pauta. Às dezesseis horas e quarenta e sete minutos, constatada a
inexistência de quórum para ingresso na Ordem do Dia, o Senhor Presidente
declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a
Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos
foram presididos pelos Vereadores Sebastião Melo, Carlos Todeschini, Ervino
Besson e Aldacir Oliboni e secretariados pelo Vereador Ervino Besson. Do que
eu, Ervino Besson, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que,
após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Solicito
ao Ver. Carlos Todeschini que assuma a presidência dos trabalhos.
(O
Ver. Carlos Todeschini assume a presidência dos trabalhos.)
O
SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): Passamos
à
O
Padre Paulo José Dalla Rosa, Pároco, representando a Paróquia São Jorge, está
com a palavra para tratar de assunto relativo à 55ª Festa de São Jorge, pelo
tempo regimental de 10 minutos.
Mas
quem foi São Jorge? São Jorge é conhecido como o santo guerreiro. Devotos do
mundo inteiro comemoram, no dia 23 de abril, o Dia de São Jorge, o santo
padroeiro, que também é padroeiro da Inglaterra, de Portugal, dos soldados e
dos escoteiros. No Oriente, São Jorge é venerado desde o século IV e recebe o
honroso título de Grande Mártir. A imagem de todos conhecida, do cavaleiro que
luta contra o dragão, foi difundida na Idade Média. São Jorge é representado
como um jovem imberbe, de armadura, tanto em pé como em um cavalo branco, com
uma cruz vermelha. A Igreja Católica reconhece a autenticidade do culto ao Santo;
chegou ao Brasil com os portugueses, em 1387, e Dom João I já decretara a
veneração a esse Santo. Segundo a tradição, ele defende as demandas e favorece
todos os que a ele recorrem com fé e devoção, vencendo batalhas e
desentendimentos. Para alguns, o dragão simboliza a idolatria destruída com as
armas da fé. A relação entre o Santo e a lua viria de uma lenda antiga que
acabou virando crença para muitos. Diz a tradição que as manchas apresentadas
pela lua representam o milagroso Santo e sua espada, pronto para defender
aqueles que buscam a sua ajuda.
A
festa começará neste domingo próximo, no dia 13 - a abertura da festa-, com a
II Cavalgada em Honra a São Jorge. Do dia 14 a 22 de abril, teremos a Novena,
missas celebradas todos os dias, às 19 horas. No dia 23, que é o dia do Santo,
teremos missa de duas em duas horas. E, no dia 27 de abril, haverá a Missa
Campal defronte à Igreja São Jorge, celebrada e presidida pelo Arcebispo de
Porto Alegre, Dom Dadeus Grings, e, logo após, haverá a procissão.
Convido
todos os Srs. Vereadores desta Casa a se fazerem presentes nesse dia. É um
momento de expressão de fé, é o momento em que o povo busca, por meio de São
Jorge, as suas graças, as suas bênçãos. Em Porto Alegre, como dizia antes, esta
festa já é considerada a segunda maior festa religiosa.
Então,
é o momento de nós celebrarmos o nosso Santo, São Jorge Padroeiro; um grande
número de pessoas já está vindo à nossa Igreja para buscar as bênçãos,
agradecer as graças atendidas e pedir graças, também, para a sua caminhada.
No
dia 27 de abril, estima-se que venham 30 mil pessoas para a procissão. Então,
aos poucos, essa festa está crescendo, essa devoção está aumentando.
Mais
uma vez, agradeço a colaboração de todos que nos ajudam a promover e a divulgar
a festa em honra de São Jorge.
Eu
gostaria, também, de levar a todos vocês, por intercessão de São Jorge, a minha
bênção, a bênção a esta Casa e a bênção a todos aqueles que têm São Jorge como
padroeiro e protetor.
A
nossa proteção está no nome do Senhor, que fez o céu e a terra. Que, por
intercessão de São Jorge, o Senhor Deus volva o Vosso olhar sobre vós e sobre
esta Casa. Esteja diante de vós, para vos guiar; acima de vós, para vos
abençoar; ao lado de vós, para vos acompanhar, e atrás de vós, para vos proteger.
E desça sobre cada um de vós a bênção do Deus, que é pai, que é filho e que é
Espírito Santo. Amém. Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo; para sempre seja
louvado. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini):
Obrigado. Convido o Padre Paulo José Dalla Rosa a fazer parte da Mesa.
O
Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre
Presidente, Ver. Todeschini, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores,
nós saudamos a vinda do Padre Paulo José Dalla Rosa, Pároco da Igreja São
Jorge; por acaso, nós já nos conhecemos há muito tempo, e este Vereador tem
sido também um participante da grande Festa de São Jorge, principalmente da
procissão que vem culminar no dia 27 de abril. Em nome da Bancada do PT,
queremos nos solidarizar e dizer que nós, cristãos, temos que ter, sim, essas
oportunidades de momento de reflexão para a vida. Nós sabemos que a vida é
muito difícil, mas, se não tivermos a possibilidade de acreditar em algo maior
e que exista esse algo maior, nós também poderemos ter muitas dificuldades.
Nós
percebemos que os cidadãos e cidadãs, principalmente do bairro Partenon, têm
sido grandes participantes dessa grande festa, e é oportuno, sim, que, neste
momento, nós possamos também não só refletir, mas divulgar a cultura, a cultura
religiosa, a cultura da fé e da esperança. Nós percebemos que, nesse dia,
Pároco Paulo, o teu recado, a tua mensagem é de extrema importância. Não é por
acaso que as pessoas vão ali, com uma vela, participam da santa missa, vão ali
com aquela devoção, certas de que sua graça será alcançada, de que algo existe
além das nossas vidas.
Portanto,
quero parabenizá-lo, em nome da Bancada do PT, por este momento de reflexão, e
dizer que nós precisamos muito disso. Que bom que todas as paróquias pudessem
oportunizar esses momentos. Parabéns! Com certeza, estaremos lá para prestigiar
e participar. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O
Ver. Maurício Dziedricki está com a palavra, nos termos do art. 206 do
Regimento.
O
SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: Sr.
Presidente, Ver. Carlos Todeschini; Padre Paulo Dalla Rosa, em nome da Bancada
do Partido Trabalhista Brasileiro, nós fazemos uma saudação muito especial por
essa 55ª Festa de São Jorge, já incorporada pela comunidade do Partenon, onde
se celebra a imagem do Santo Guerreiro, que traduz a imagem do dragão, que é a
força, a presença, a glória da imagem da fé que move o povo cristão.
Comemoramos,
no dia 27, não somente na missa, mas, principalmente, na procissão, que é o
exercício de reflexão, onde nós conseguimos nos encontrar um pouco com o nosso
interior, com o nosso dia-a-dia, e conviver naquilo que o Senador Sérgio
Zambiasi tem-nos pautado no Partido Trabalhista Brasileiro: a solidariedade há
de ser exercida todos os dias. E eu acredito muito que a celebração da Festa de
São Jorge representa isto, a solidariedade que envolve a comunidade do
Partenon, por meio da Igreja, por meio da participação e da fé, principalmente
nesses tempos tão difíceis de articulação, de renovação, quando nós precisamos,
mais do que nunca, impor o ritmo à sociedade, de fé, de esperança e de crença;
é possível construir uma Porto Alegre melhor, seja por meio da associação civil
organizada, da religião, principalmente nesses atos em que encontramos São
Jorge representado nas mais diversas crenças.
Podemos
comemorar, por meio da nossa Igreja Católica, instalada ali junto à Av. Bento
Gonçalves, a celebração de mais uma das grandes festas que motivam o Calendário
anual de Porto Alegre. Parabéns!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O
Ver. Beto Moesch está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. BETO MOESCH: Em nome
do Partido Progressista, do qual fazem parte os Vereadores João Antonio Dib e
João Carlos Nedel e este Vereador, a nossa saudação ao pároco Padre Paulo José Dalla Rosa, assim como aos paroquianos
dessa Paróquia tão ativa, tão atuante, tão unida, que trazem para nós esse
espírito de comunidade, de comunhão. Quero dizer que estaremos lá, novamente, como
sempre, no dia 27 de abril, na missa, procissão e grande festa, uma das maiores
festas que brotam da comunidade aqui de Porto Alegre. São mais de 20 mil
pessoas sempre, em cada procissão. É impressionante, e não são só pessoas da
região do Partenon, mas pessoas que vêm de vários pontos da Cidade, inclusive
de outras Cidades.
Eu aprendi, com o Padre Olavo, que São Jorge
mostrou que, para colocarmos em prática o que é a Campanha da Fraternidade
neste ano, o Valor da Vida, temos que combater o mal, as injustiças, a poluição
e os poluidores, e combater, muitas vezes, algo que quer nos pegar, nos tocar e
que não podemos permitir: o egoísmo, o individualismo, pois esse é o dragão que
São Jorge combate. Aprendi com o Padre Olavo, aprendi com vocês, da comunidade
São Jorge, o dragão que temos que combater todos os dias. Que São Jorge ilumine
esta Casa para que possamos combater o dragão, combater, portanto, as
injustiças, em favor do povo, em favor da Cidade. Parabéns. Estaremos todos lá,
com certeza, no dia 27 de abril, nesse grande encontro festivo, e,
principalmente, espiritual, da Paróquia São Jorge. Parabéns.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O Ver. Ervino
Besson está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ERVINO BESSON: Meu caro
Presidente, Ver. Todeschini; Srs. Vereadores e Vereadoras; meu caro Padre Paulo
José Dalla Rosa, Pároco da Igreja São Jorge, em nome da Bancada do PDT, em meu
nome e em nome dos Vereadores Nereu D’Avila, João Bosco Vaz, Mauro Zacher e da
Verª Neuza Canabarro, queremos, mais uma vez, parabenizar aquela comunidade
pela organização. Nós, que participamos também, todos os anos, da procissão de
Nossa Senhora dos Navegantes, esta Santa que navega nos rios e mares... Em
todos os cantos deste mundo, a população precisa de um momento de reflexão. Nós
temos aqui o São Jorge - bonito este cartaz que a TVCâmara está mostrando.
(Mostra o cartaz.) Vamos reforçar o convite. Meu querido Padre Paulo, é o
momento de a pessoa fazer alguns minutos de reflexão, pois o mundo em que
vivemos hoje não tem segurança, o que faz com que ocorram todas as tragédias
que vemos no dia-a-dia.
Portanto, nada mais justo do que estarmos juntos.
Eu participo algumas vezes, porque, às vezes, assumimos outros compromissos e
nos envolvemos com outras igrejas. Mas o importante é que a população
participe. Se Deus quiser, eu estarei lá neste ano, junto com vários
Vereadores. Acho que o momento é de reflexão; temos que agradecer e pedir a
Deus e a esse querido protetor São Jorge que nos ilumine e ilumine esta Câmara
Municipal, para que cada Vereador e cada Vereadora possa cumprir seu mandato
com dignidade para este povo de Porto Alegre, que nos elegeu.
Portanto,
Padre Paulo, fica aqui o nosso abraço e para toda a equipe de paroquianos, a
equipe de festeiros, que tanto trabalha, porque não é fácil organizar uma festa
dessas. Mas o importante é uma comunidade muito unida, uma comunidade que
ajuda. Parabéns e o nosso abraço.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): Registramos a
presença, nesta Casa, da Deputada Federal Maria do Rosário, do Partido dos
Trabalhadores. Seja bem-vinda, em retorno a esta Casa, V. Exª, que já foi
Vereadora de destaque também aqui. Obrigado pela presença.
O Ver. Luiz Braz está com a palavra, nos termos do
art. 206 do Regimento.
O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Todeschini, presidindo os
trabalhos; Padre Paulo, eu sou vizinho, moro na Av. Aparício Borges, então, é
muito difícil para qualquer um de nós, moradores das imediações, não participar
da Festa de São Jorge, porque ela toma conta, na verdade, de todo o Bairro.
Basta morar ali, e já se está, de qualquer forma, participando, pela dimensão
que toma a festa.
Mas São Jorge é um Santo diferente dos outros - não
é, Padre? -, porque, sempre que falamos dos Santos, sempre nos lembramos de
episódios em que existem mártires, existem heróis, existem pessoas que, num
determinado momento histórico, acabaram se doando para o bem da humanidade. No
caso de São Jorge, temos uma história diferente, ninguém sabe quem foi, de onde
veio, mas, de repente, começou a se contar uma história sobre um santo
guerreiro, e essa história ultrapassou séculos e chegamos até agora com ela.
Então, realmente, esse Santo, que é diferente e que já tem provado a sua força,
ajudando tantas pessoas, com toda a certeza, sendo reverenciado lá na Paróquia
São Jorge, merece que todos nós estejamos lá presentes. Felicidades. Parabéns
pela Festa. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O Ver. Dr.
Raul está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. DR. RAUL: Exmo Ver. Todeschini,
na presidência dos trabalhos; Padre Paulo José Dalla Rosa, Pároco da nossa
Paróquia São Jorge, eu me somo a todas as manifestações ocorridas aqui em nome
da nossa Bancada do PMDB, do Ver. Haroldo de Souza, Ver. Sebastião Melo, e, em
especial, do Ver. Professor Garcia, que já fez uma movimentação tão boa para
auxiliar a festa e que não pode estar aqui neste momento. Quero dizer que, como
médico comunitário - já trabalho, há um bom período, lá no Partenon -, posso,
no dia-a-dia, verificar o que é a força da fé, do trabalho que lá vem sendo
realizado durante todos esses anos e o quanto a comunidade se mantém unida e
com mais força, não só na saúde, que a gente procura transmitir lá, mas na
força da fé, na força de tocar a vida para frente. Isso está muito ligado, em
especial, naquela região, à Paróquia São Jorge. A gente está presente e deixa a
nossa força, o nosso apoio e o nosso agradecimento pelo trabalho feito há
tantos anos. Lá estaremos no dia 27, e a 55ª Festa vai, novamente, ser um
sucesso como já é, de rotina, e irá se perpetuar na cidade de Porto Alegre.
Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): A Verª
Maristela Maffei está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Prezado
Presidente; prezado Pároco aqui da nossa comunidade, desta Casa do Povo, que
nos deixa muito feliz, porque nós recebemos aqui todos aqueles que trazem para
nós o bem, essa mensagem cristã, que é fundamental para a humanidade e, em
especial, para quem realmente traz isso no peito, na alma.
Como eu moro na Lomba do Pinheiro, passo todos os
dias em frente à Paróquia, fica um encantamento maior. Não importa, na verdade,
a origem, se é ou não; importa é que nós acreditamos, e que isso nos traz um
alento, uma alegria, uma inspiração para seguirmos a vida naquilo que realmente
acreditamos, que é o bem comum. Parabéns; obrigada; seja sempre muito
bem-vindo!
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): Agradecemos a
presença do Pe. Paulo José Dalla Rosa, desejando uma boa festa.
Neste momento, suspendemos a Sessão, por um minuto,
para as despedidas.
Estão suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h42min.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini – às 14h43min): Estão
reabertos os trabalhos.
Passamos ao
O
Ver. Marcelo Danéris está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de
tempo da Verª Margarete Moraes.
O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr.
Presidente, Ver. Carlos Todeschini; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras; público que nos acompanha aqui; público que nos acompanha pela
TVCâmara; hoje, neste Grande Expediente, quero me dedicar a fazer um balanço
dos três anos da Governança Fogaça, tema do qual eu tenho tratado seguidamente
aqui nesta tribuna. Hoje, encerrados três anos, e depois de o Prefeito ter
vindo aqui para fazer o seu balanço, quero apresentar um balanço da Governança
Fogaça nesses três anos, atualizando os dados que venho trabalhando aqui nesta
tribuna.
Quero fazer uma pequena ressalva aos Vereadores e
Vereadoras: diante do Grande
Expediente, dos temas que tenho que tratar, não vou conceder apartes hoje, para
que eu possa dar conta do tema em conjunto. Visto que a Bancada do Partido dos
Trabalhadores tem nove Vereadores, e a Bancada de situação, 26, acho que não há
nenhum desequilíbrio democrático, visto que há 26 Vereadores para, em Grande
Expediente, fazer a defesa do Governo Fogaça.
Quero,
primeiramente, agradecer a presença da Carmen Padilha, Presidenta do Simpa; do
Mário Fernando, Vice-Presidente do Simpa; da Jussara Bittencourt Pires, que é
Conselheira do OP; dos moradores e da Associação do Beco do Adelar, que também
estão aqui acompanhando; dos servidores públicos que também estão trabalhando
com a questão da Previdência Municipal, que aqui estão acompanhando; e dou um
abraço muito especial à minha companheira, Deputada Federal Maria do Rosário, que
também está aqui acompanhando este Grande Expediente.
Eu
trabalhei, há um tempo, com uma cartilha que eu quero mostrar aqui (Mostra a
cartilha.), chamada “Governança Fogaça, a Mudança que Fez Mal para Porto
Alegre”, e nós dizíamos que fez mal para Porto Alegre, nesta cartilha, que
trata de todos os temas como Saúde, Habitação, Educação, Investimento,
Orçamento Participativo, porque, em todos os sentidos, em todos os temas, em
todas as áreas, a Governança Fogaça reduziu a sua ação e o seu investimento em
Porto Alegre em todas as áreas!
Este
é um Governo que tem um perfil conservador, obviamente, um Governo formado por
uma aliança de Partidos conservadores, que faz a primeira experiência de gestão
no período da redemocratização.
Nós
tivemos aqui o Governo Popular de Alceu Collares, com o PDT; depois, 16 anos de
Governo da Frente Popular, com o PT e os Partidos de esquerda da Frente
Popular. Essa é a primeira experiência conservadora e que trouxe para o Paço
Municipal justamente o núcleo pensante do Governo Britto, que operou toda a
privatização do Estado, a redução do Estado, a demissão de funcionários, ou
seja, era o núcleo do pensamento neoliberal, do pensamento conservador daquele
período.
Nós
vamos fazer esse balanço a partir, Ver. Guilherme Barbosa e Ver. Aldacir
Oliboni, da “Cartilha de Prestação de Contas da Prefeitura de Porto Alegre”.
(Mostra a cartilha.) Eu gostaria de mostrar para a população que nos acompanha
o tamanho da prestação de contas do Governo Fogaça: esta é a cartilha oficial
que está sendo distribuída pelo Governo Fogaça. O tamanho da cartilha
representa, na verdade, o tamanho das obras que foram realizadas em Porto
Alegre, o tamanho do investimento que tem sido feito na nossa Cidade. Isto aqui
é a prestação de contas do Governo Fogaça. E ela inicia com a Saúde, na área
social, e eu quero mostrar a vocês o que diz - estamos precisando de óculos,
inclusive, até para enxergar o que foi feito aqui - sobre os PSFs, quando nós
vivemos uma crise grave da Saúde, com paralisia, inclusive, dos serviços no
Programa Saúde da Família. Diz aqui que, em 2004, existiam 54 equipes, Deputada
Maria do Rosário, e que, hoje, são 84. Tem só um pequeno erro, além da crise,
que é grave para a Saúde: este caderno aqui (Mostra o caderno.), que era a
prestação de contas de 2005, do Governo Fogaça, diz que a Saúde da Família
tinha, em 2004, 74 equipes, e está sendo dito pelo balanço que a Governança
Fogaça fez em 2005! Mas, pasmem! Diz aqui que a projeção é de que, em março de
2006, haveria 123 equipes do Programa Saúde da Família em Porto Alegre! E
comemoram que, atualmente, são 84 equipes do Programa Saúde da Família em Porto
Alegre.
Nós
vivemos uma crise - a população acompanha - no HPS, que perdeu os recursos do
QualiSUS, destinados pelo Governo Lula para fazer reformas, e que hoje vive uma
crise não só de bactérias, não só de ratos, mas de abandono, simbolizando o
abandono da Saúde pública, assim como o hospital da Restinga, que foi
compromisso, promessa e palavra do Prefeito. Ele não foi construído, não foi encaminhado
nada, foi retirado do seu programa, colocado, de novo, pela Bancada do Partido
dos Trabalhadores; foi destinada uma verba de um milhão de reais, depois
cortada para 400 mil reais. De um hospital que nem sequer existia, já foram
cortados recursos, e foi investido zero no final das contas, ou seja, é nada
para a Saúde! Essa mesma Saúde que já teve um Secretário que caiu, essa mesma
Saúde que o Conselho Municipal de Saúde já rejeitou, por três ou quatro vezes,
as contas da Secretaria Municipal da Saúde. Esse é o compromisso deste Governo
com a Saúde!
Eu
quero mostrar um gráfico (Mostra o gráfico.) que revela bem esse compromisso,
comparando Saúde e publicidade. O que nós vamos ver é que o investimento em
Saúde, em 2007, foi de dois milhões de reais; que o investimento em Educação,
em 2007, foi de seis milhões e 300 mil reais; agora, os gastos com publicidade,
que é este número que está aqui, bem mais alto, foram de 14 milhões e 800. Ou
seja, a Saúde, que vive a crise que vive - nós acompanhamos -, recebeu dois
milhões de reais em 2007, mas a publicidade e propaganda, 14 milhões e 800 mil
reais.
Mas
não é só a Saúde que vive essa crise, é também a Educação. A cidade de Porto
Alegre não teve nenhuma escola construída, e houve redução do número de professores
e de matrículas. (Mostra o gráfico.) Quero mostrar - e são sempre dados do
próprio Governo Fogaça, Prefeitura Municipal de Porto Alegre, Secretaria
Municipal de Educação, Boletim Informativo de 2007 - a capa, porque é
importante; senão, vão dizer que é o PT que está falando. O que diz aqui no
primeiro gráfico: número de estabelecimentos - zero, não aumentou nenhum; 92 no
final e seguiu 92 pelos três anos. Depois, o que diz? Número de matrículas: de
59 mil, em 2004, para 56.900, em 2007 - redução no número de matrículas.
Próximo gráfico: número de profissionais da Educação. (Mostra o gráfico.) Em
2004, 4.003; em 2007, 3.940 - uma redução de professores.
Agora,
sabem o que mais me impressiona? O que aumenta não são servidores públicos! Há
redução de professores, redução de matrículas, há uma redução geral de 301
servidores públicos no quadro efetivo da Prefeitura, mas o número de CCs
aumentou em 155! De 267 para 422. E o número de estagiários aumentou de 1.383
para 1.744 - 361 estagiários a mais! Quero mostrar essa diferença, porque,
enquanto nós reduzimos os servidores em mais de 300, o Governo Fogaça aumentou
o número de CCs e o número de estagiários. Esse é o compromisso com a Educação?
Essa é a palavra de mudança que se vendeu na campanha eleitoral passada, que
pretendia fazer uma mudança que não fez, exatamente porque o projeto
representava um projeto conservador para a cidade de Porto Alegre?
E
a Segurança Pública? A Governança Fogaça, que anunciou a Vizinhança Segura,
mostra para nós o resultado na manchete do jornal Folha de São Paulo - portanto
insuspeito; não é o PT que está falando -, houve um aumento de homicídios em
57,5% em Porto Alegre.
Mas,
Verª Margarete Moraes, o que mais impressiona não é uma Prefeitura que não tem
compromisso com a segurança dos seus cidadãos, mas é que, no seu próprio
programa, o Segurança Urbana, que é a Escola de Formação da Guarda Municipal,
teve zero de investimentos em 2007. Mais impressionante: sabem quanto foi
investido no Vizinhança Segura, em integração com a Secretaria de Justiça e
Segurança - importantíssima essa integração -, em 2007? Zero. Esse é o
compromisso da Governança Fogaça com a Segurança Pública. Quem sabe é culpa da
participação popular? Quem sabe é o Orçamento Participativo que assim definiu?
O
que nós estamos acompanhando é um esvaziamento do Orçamento Participativo,
continuamente. E eu quero demonstrar isso em dois exemplos: primeiro, uma
redução na participação das pessoas, que, em 2004, eram 28 mil, para 14 mil no
ano passado. E uma não-execução das demandas; portanto, um corte pesado de
investimentos que tem custado caro para a qualidade de vida e para a dignidade
das pessoas.
Este
aqui é um gráfico da execução das demandas do Orçamento Participativo por ano.
(Mostra o gráfico.) Esta parte mais alta, azul, são as demandas do Orçamento
Participativo em 2005, 2006 e 2007. A parte vermelha - todas, menos de 50% - é
o que foi executado pelo Governo Fogaça nesses três anos. Ou seja, trocando em
miúdos, em números mais claros: obras concluídas foram 12%; serviços concluídos
- convênios fechados, outros serviços menores - 21%; e obras e serviços
não-concluídos, 67%. Se nós tratarmos só das obras que deveriam ser executadas
em Porto Alegre, essas obras, na verdade, foram apenas 12% em três anos de gestão
da Governança Fogaça no Orçamento Participativo, ou seja, um processo de
esvaziamento da participação popular e de desrespeito com a decisão das
demandas que são definidas pelo Orçamento Participativo.
Este
aqui é o gráfico de participação, que eu acho importante mostrar. (Mostra o
gráfico.) Os três anos anteriores à Governança Fogaça correspondem ao quadro
azul. Durante a Governança Fogaça, há a redução para metade ou menos da metade
da participação popular no Orçamento Participativo.
O
que acontece com isso? Em nome do superávit artificial, que custa a qualidade
de vida das pessoas, se fez um corte brutal de investimento, tudo em torno de
50%. E aí, a média final é que nós tivemos uma redução em torno de 40 milhões
de reais de média de investimento/ano na cidade de Porto Alegre. Isso tem um
custo real quando nós vemos a crise na Saúde, quando nós vemos a pavimentação
comunitária abandonada, quando nós vemos a necessidade que população tem de
ampliação no número de matrículas na Educação e não consegue, quando nós vemos
que a Cidade clama por uma reação do Governo e não tem, porque, na verdade,
houve um corte em investimento.
Quanto
ao desenvolvimento, é impressionante que o Porto Seco, que é um pólo de
desenvolvimento importante para a Cidade, teve execução zero em 2006, e, em
2007, o projeto foi excluído; no Distrito Industrial da Restinga, execução zero
em 2006 e 2007, e apenas duas empresas foram instaladas. E aí vão dizer: “Não,
é o PT que está dizendo que foram apenas duas empresas.” Mas, neste enorme
caderno de prestação de contas que eu já mostrei para vocês, nós vamos ver um
item chamado “Desenvolvimento Econômico.” Nesse item, diz o seguinte (Lê.):
“Porto Seco - a Prefeitura investiu em melhorias. Com isso, mais duas empresas
já se instalaram.” Em três anos! Depois, anunciam que, no Distrito Industrial
da Restinga, foram criados cinco mil empregos, quando, na verdade, foram 1.800
empregos. Ou seja, estão trabalhando com números que também não são reais. Mas,
neste maravilhoso caderno de prestação de contas - é impressionante como ele é
revelador do que não foi investido -, também tem habitação: 3.700 moradias.
Dizem eles mesmos, Ver. Guilherme Barbosa: “São casas, apartamentos e casas de
emergência”. E a gente sabe que mais da metade dessas casas foram construídas
com verba do Governo Federal. Eles as tomaram, de assalto, como se fossem deles
e ainda colocaram as casas de emergência - 700 casas de emergência, para
situações de emergência - como se isso fosse política habitacional. Mas este é
um Governo que tem privatizado os espaços públicos, que tem privatizado a
cultura, como é o caso do Araújo Vianna. Nós podemos perceber que este Governo,
na verdade, não tem carinho, não tem cuidado com a Cidade, não tem palavra,
porque esse Prefeito disse que não iria concorrer e concorreu - assinou e
publicou, mas concorreu -, disse que não iria trocar de Partido e trocou, disse
que iria fazer os postos 24 horas e o Hospital da Restinga, Ver. Oliboni, e não
fez, disse que iria melhorar a Saúde e não melhorou! Esse Prefeito também não
tem palavra; esse Prefeito não tem gosto pela Administração e, por isso, não
sabe, sequer, se vai concorrer à reeleição. Esta é uma Prefeitura que vive
seguidas crises, com afastamento de Secretários. Porto Alegre não merece isso.
O que nós temos acompanhado aqui são menos obras, menos investimento, menos
participação e menos palavra - o que é mais grave.
Nós
queremos mais. Porto Alegre merece mais. E nós queremos apresentar, sim, para a
população de Porto Alegre, uma Porto Alegre melhor e maior, uma Porto Alegre
para voltar a ser referência mundial de qualidade de vida e referência mundial
de participação e democracia participativa. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): A Câmara está recebendo, neste momento,
os alunos do Colégio Bom Conselho. Eles estão acompanhados do Prof. Edson
Antoni, da 8ª série. A atividade faz parte do Projeto Educação Política. Estão
sendo atendidos pela Seção Memorial da Casa. Sejam bem-vindos a esta Casa!
Apregoamos,
neste instante, o Of. n° 255/08GP, que encaminha Mensagem Retificativa ao PLE
n° 043/07, que “cria Funções Gratificadas junto ao Quadro de Magistério da
Secretaria Municipal de Educação (SMED), e dá outras providências”.
A
Verª Maria Celeste está com a palavra em Grande Expediente.
A
SRA. MARIA CELESTE: Sr.
Presidente dos trabalhos, Ver. Carlos Todeschini; Sras
Vereadoras e Srs.
Vereadores, quero saudar a Deputada Federal Maria do Rosário e os estudantes
que estão conosco nesta tarde também.
Eu
não poderia deixar de falar no meu tempo, em Grande Expediente, no dia de hoje,
destinado ao Dia Mundial da Saúde. Porto Alegre tem muito a comemorar em
relação à Saúde, e esta Vereadora não poderia deixar de ocupar esta tribuna,
neste dia em que está inscrita, para comemorar a situação da Saúde na cidade de
Porto Alegre.
O
que nós temos a comemorar, de fato, em relação à Saúde? Eu quero lembrar que o
atual Prefeito, José Fogaça, quando candidato, dizia, na sua campanha, que o
maior problema do setor Saúde era a qualidade de gestão nos postos de saúde da
Cidade. Segundo ele, então candidato, a Saúde deixava muito a desejar em
relação ao atendimento, que ele caracterizava como burocrático. A superlotação
nos hospitais, as filas nos postos de saúde, a demora na realização das
consultas especializadas eram os maiores dramas da nossa Administração Pública
Municipal. As consultas, em sua opinião, abre aspas - isto estava no material
de propaganda do atual Prefeito Municipal José Fogaça: “Demoram seis meses, um
ano, e o cidadão não encontra o que procura.” - fecha aspas. À época, Fogaça
afirmava que os postos deveriam ter médicos, exames, receitas, remédios. Por
isso, ele prometia criar um programa de distribuição gratuita de remédios nos
postos de saúde e defendia uma lógica de atendimento em que o cidadão tem que
chegar ao posto e encontrar ali o médico, o fisioterapeuta, a enfermeira, o
nutricionista, o profissional da Saúde, a medicação.
Além
disso, quero reproduzir novamente, Dep. Maria do Rosário, as palavras do então
candidato à época: “O posto de saúde tem que resolver o problema do cidadão.”
Era essa a fala, era esse o desejo de alguém que era candidato à época e que,
hoje, é Prefeito; mas o que vemos, na realidade, em relação a essa fala? Parece
que o Prefeito esqueceu-se da sua promessa de campanha. Aliás, quem diz isso
não é a Bancada do PT, não é a Verª Maria Celeste, é a pesquisa que saiu num
jornal da Cidade hoje, esta semana, na nossa Cidade, no jornal Zero Hora, grupo
RBS (Mostra o recorte de jornal.), dizendo que a Saúde piorou muito nos últimos
quatro anos, que o que já estava complicado piorou, e muito! Tanto que 78% dos
porto-alegrenses têm uma preocupação com a Saúde pública do Município de Porto
Alegre. Essa é a verdade, a realidade atual em relação à Saúde. Mas isso teve
como conseqüência a piora na Saúde em Porto Alegre, Verª Neuza, Presidente da
Comissão de Saúde, que foi a gestão da Saúde no Município, o desmonte dos
programas na área da Saúde, e aqui quero citar um pequeno exemplo, o exemplo da
Farmácia Popular. O programa, um projeto deixado pronto pelo então Prefeito
João Verle, com aluguel do prédio pronto, convênio com o GHC pronto, para que
se instalasse a Farmácia Popular, onde a população poderia encontrar
medicamentos até 80% mais baratos. Esse pequeno projeto, essa pequena
iniciativa foi desconsiderada pelo atual Secretário da Saúde, e, simplesmente,
Deputada, o convênio foi desfeito, e o recurso foi devolvido ao Governo Federal. Porto Alegre
não tinha Farmácia Popular; tem, a partir deste ano, do Convênio com a
Universidade Federal, feito com o Governo Federal, porque o Prefeito de Porto
Alegre, o Secretário da época e o Secretário atual não aceitaram esse Programa
tão importante para a Cidade.
Mas a incompetência administrativa não parou por
aí; houve fechamento de várias estruturas: o Caps - Centro de Atenção
Psicossocial - saúde, álcool e drogas; menos recursos na questão da saúde
mental; redução da equipe do SAMU, como nós vimos na nossa Comissão esta
semana; o Projeto Acolhimento, totalmente desconsiderado!
Hoje, as filas, nos postos de saúde, não começam
mais às 4h, começam no dia anterior, a partir das 20h, como eu mesma presenciei
lá na Vila Santa Rosa, na UBS Santa Rosa; as pessoas não vão mais às 4h para a
fila, para participar do Projeto Acolhimento, elas vão no dia anterior, e isso
acontece em toda a Cidade. Houve a redução do atendimento nos
pronto-atendimentos, como aconteceu no bairro Lomba do Pinheiro. Então, esses
são apenas alguns exemplos do desmonte, da irresponsabilidade de uma Secretaria
que não prioriza a Saúde no Município de Porto Alegre.
Se pegarmos os dados do Orçamento, como o Ver.
Marcelo trouxe para esta tribuna, há um dado que quero colocar, que o
Secretário da Fazenda propaga, que foram investidos na cidade de Porto Alegre,
em 2007, 262 milhões de reais - esse é um dado que está na prestação de contas,
no site oficial da Prefeitura, de 1º de abril, e que deve ser uma piada
-, como sendo o maior gasto da Saúde da última década, especialmente dos
recursos próprios da Prefeitura. E eu quero dizer que não é verdade! Não é
verdade, porque a nossa Prefeitura, em 2004, gastou 284 milhões de reais em
recursos próprios da Saúde no Município de Porto Alegre. Em 2003, gastou 277
milhões de reais. Em 2002, gastou 284 milhões de reais dos recursos próprios,
fora a receita do SUS. Então, não vamos nos enganar, não vamos deixar que
passem o “conto da carochinha” para a população de Porto Alegre. O investimento
que esta Prefeitura faz em Saúde não é o maior da história da Cidade, os dados
estão aí para comprovar.
Mais
do que isso: a priorização desta Prefeitura, nós estamos vendo, por meio dos
gastos que ela faz. Quero aqui reforçar, referendar um dado que o Ver. Marcelo
Danéris já colocou, que é o investimento na Saúde no Município de Porto Alegre.
Nós temos o dado de que se gastou um milhão e 980 mil reais em saúde no
Município, até agora, e, em publicidade, este Governo gastou 14 milhões e meio
de reais. Isso é prioridade, Verª Margarete Moraes? Isso é colocar saúde em primeiro
lugar na cidade de Porto Alegre? Ora, penso que os valores estão completamente
invertidos na nossa Cidade, sem contar todos os outros programas e projetos de
execução zero na nossa Cidade.
Quero,
também, lembrar e ressaltar o desrespeito com que a população de Porto Alegre
tem sido tratada na questão da Saúde; mais do que isso, o desrespeito, a
desconsideração com o controle social desta Cidade; uma cidade que aprendeu a
participar, uma cidade que tem homens e mulheres que trabalham pela construção do
bem comum da Cidade e é completamente desrespeitada pelo Secretário de Saúde,
no Conselho Municipal de Saúde do Município. Aliás, um conselho forte,
aguerrido, que vem resistindo, apesar de todas as garantias que a Constituição
lhe dá, o desrespeito e a desconsideração do Secretário de Saúde em relação às
normas e à necessidade de que essas normas sejam cumpridas. Por quatro vezes,
esse Conselho não autorizou a prestação de contas da Secretaria de Saúde. Por
que será? Nunca, na história da Cidade, isso havia acontecido. E, pasmem,
quatro vezes esse Conselho não autorizou as contas da Secretaria, e as
conseqüências vêm, as queixas vêm, a população está, cada vez mais,
desassistida; há o mau funcionamento das unidades de saúde; há falta de
profissionais, de medicação e as longas filas. Esta é a cidade real na questão
da Saúde.
E
quero, aqui, rapidamente, relatar não só a questão do PSF, que estamos tratando
na Comissão de Saúde, do Projeto que veio para esta Casa, que também não está
em conformidade com o Termo de Ajustamento que foi assinado entre a Prefeitura
Municipal e Ministério Público em relação à construção desse Projeto -
certamente, isso será falado pelas Lideranças, como ontem, quando passamos a
tarde discutindo esse tema -, mas eu quero, aqui, falar do desrespeito do
Secretário da Saúde com a Comissão de Saúde desta Casa. O desrespeito do
Secretário, que não comparece às reuniões e que ainda tem a cara-de-pau de
enviar para a Comissão uma relação de 30 postos, na Cidade, que foram
reformados.
A
Comissão, sob a direção da Presidenta Neuza Canabarro, distribuiu a relação dos
30 postos entre os Vereadores, e coube a esta Vereadora e à
Vereadora-Presidenta visitar 10 postos da Zona Norte, para que a gente pudesse,
ali, constatar as questões apontadas no Relatório.
Para
iniciar, estivemos na UBS Diretor Pestana, onde, no Ofício enviado para esta
Casa, para a Presidenta da Comissão de Saúde, havia, como disposição, a reforma
geral dessa Unidade.
Chegamos
lá, e, para nossa surpresa, com os técnicos da Unidade, constatamos que não
houve reforma alguma.
Acho
que esqueceram de avisar o Secretário que não houve reforma, mas estava na
lista.
Na
UBS Farrapos, houve, de fato, uma reforma parcial, o posto ficou fechado por 20
dias, porque houve um alagamento, caiu a laje, e, simplesmente, houve a
necessidade de fazer a reforma.
Na
UBS Safira, estava, também, detectado, Ver. Guilherme, que havia sido feita uma
reforma geral. Para nossa surpresa, de fato, houve uma reforma geral, mas na
casinha atrás do posto de saúde, onde o compressor da Unidade fica instalado.
Essa foi a reforma geral constatada na UBS da Vila Safira.
Na Casa Viva Maria, única casa da cidade de Porto
Alegre que trata do abrigamento de mulheres vítimas de violência, sequer o
Projeto saiu do papel.
Agora,
a equipe da Saúde está construindo o Projeto da reforma da Casa Viva Maria. E
por aí vão todas as listagens. No IAPI, como a nossa Presidenta já colocou, a
reforma que eles colocaram como parcial - Ver. Guilherme, que é engenheiro -
foi a troca do piso de um corredor de uma ala daquele prédio enorme que está
localizado na Zona Norte da cidade de Porto Alegre.
Então,
isso é uma piada, uma brincadeira. O atual Secretário, me parece que está
querendo brincar com a Comissão de Saúde, e nós não vamos admitir esse tipo de
brincadeira aqui na Câmara Municipal. Aliás, isso já é um sintoma, já há um
esgotamento desta Gestão, que prometeu resolver os problemas, não o fez e só os
piorou. Eu queria, para finalizar, antes de entregar um Requerimento à Verª
Neuza Canabarro, dizer que há um pensamento muito importante para termos nesta
época de eleição: “A verdade é filha do tempo, não da autoridade”.
E
eu queria, Sr. Presidente, se o senhor me permite, encaminhar um Requerimento
com base no artigo 35, inciso III, do Regimento Interno da Câmara Municipal de
Porto Alegre, que se refere às competências das Comissões: “Requeiro à Srª
Presidenta da Comissão de Saúde da Câmara Municipal, Verª Neuza Canabarro, que
seja convocado o Secretário de Saúde do Município de Porto Alegre, Sr. Eliseu
Santos, a fim de prestar esclarecimentos acerca da infra-estrutura das Unidades
Básicas de Saúde do Município, conforme informações prestadas à Comissão de
Saúde desta Casa, bem como da falta de médicos e demais profissionais da Rede
Municipal de Saúde Pública”. Passo às suas mãos e espero que, agora, através de
uma convocação, o Secretário tenha a dignidade de vir a esta Casa. Muito
obrigada, Sr. Presidente.
(Não
revisado pela oradora.)
(O
Ver. Ervino Besson assume a presidência dos trabalhos.)
O
SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Obrigado,
Verª Maria Celeste.
O
Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre
Presidente, Ver. Ervino Besson, no exercício dos trabalhos; Sras
Vereadoras e Srs.
Vereadores; público que nos acompanha pelo Canal 16, sem dúvida, nós vamos
continuar com o tema aqui proposto, até porque a Cidade precisa respirar saúde.
E nós percebemos, nos últimos dias, que o descaso é tanto, que o
próprio jornal Zero Hora, a própria RBS - em uma tentativa de convencer, quem
sabe, as autoridades - faz uma pesquisa para demonstrar claramente qual a
preocupação dos cidadãos e cidadãs em relação à área da Saúde; e o é
demonstrativo bem claro e preciso: a grande e primeira preocupação da cidade de
Porto Alegre passa a ser a Saúde; em segundo, vem a Segurança. Não é por acaso
que os agentes comunitários de saúde vêm, há mais de ano, lutando para terem um
direito assegurado constitucionalmente, para serem absorvidos pelo Poder
Público, conforme determina a Emenda Constitucional nº 51. Pois, assim mesmo, o
Governo não o fez no ano passado; foi necessária a interferência do Poder
Público, a interferência do Ministério Público para elaborar um Termo de Ajuste
de Conduta, para que o Governo mandasse a esta Casa um Projeto de Lei que
poderia garantir essa seguridade. Mas, infelizmente, o Governo foi tão
incompetente, que, em vez de criar as vagas para os agentes comunitários -
conforme determina a Emenda Constitucional -, ele coloca todo mundo em um
“balde” só. Ele cria a maior confusão da história da nossa Cidade, criando um
departamento dentro da Secretaria da Saúde para gerenciar os PSFs em Porto
Alegre; vejam só a confusão que ele mesmo criou! Por causa disso, os agentes
comunitários, os técnicos de enfermagem, os enfermeiros, os médicos, estiveram
aqui na Comissão de Saúde e Meio Ambiente - por solicitação desta Comissão,
que, por sua vez, tem como presidenta a Verª Neuza, parceira nessa luta -,
fizemos uma assembléia na terça-feira e percebemos a indignação dos
trabalhadores da Saúde, pela forma como o Governo trata não só os
trabalhadores, mas os serviços da cidade de Porto Alegre.
Vejam só os senhores: temos o Conselho Municipal da
Saúde em Porto Alegre, e o Governo não só não mandou o Projeto para o Conselho
como desrespeitou as instâncias do controle social. Por isso mandou o Projeto
para cá exatamente no último fim de semana, isto é, o Projeto chegou dia 28,
sexta-feira, e, no dia 31, segunda-feira, era o último dia para chegar a esta Casa.
Então, é evidente que nós, a Bancada do Partido dos
Trabalhadores e, aqui, este Vereador falando, queremos nos somar aos
trabalhadores da Saúde, Ver. Carlos Todeschini, para protestar, para nos
indignarmos, porque o resultado vem lá na ponta. Vejam só a discriminação,
determinando, Presidente, a idade dos trabalhadores: 40 anos! Isto é
inconstitucional. Criando nove CCs! E onde está a valorização dos trabalhadores
para os ensinamentos do Programa? Mas, muito mais do que isso, em vez de
aproveitar este momento, Ver. João Antonio Dib, e não só ampliar de 84 -
conforme diz o Governo no seu Relatório, e que não é verdade - para 100
equipes, vamos dobrar isso. Vamos criar 200 equipes, e não 100 equipes. Pois o
Governo quer dar a demonstração que está aumentando em 100 equipes, mas, na
verdade, manda um Projeto tão confuso, que nem ele sabe se quer celetista ou
estatutário, e não percebe os direitos já constituídos pela forma da Emenda
Constitucional, por meio da Lei aprovada em 2006.
Portanto, a manifestação do nobre colega Ver.
Marcelo Danéris, da nobre Verª Maria Celeste, como também deste Vereador e dos
demais colegas da Bancada do Partido dos Trabalhadores é de protesto de
indignação pela falta de coerência com aquilo que o Prefeito prometeu em campanha.
O Prefeito ganhou a eleição com a Saúde e vai perder por causa da Saúde, pela
falta da Saúde, pela falta da valorização dos trabalhadores e dos serviços
resultantes disso, porque não se materializou aquilo que, de fato, foi
divulgado, aquilo que, de fato, foi dito!
Portanto, em nome da Bancada dos Trabalhadores,
queremos nos somar a esse protesto e à indignação. Esperamos que o Governo
mande urgente um Substitutivo, retire esse Projeto, respeite esta Casa e mande
um Projeto coerente com aquilo que a sociedade quer. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Obrigado, Ver.
Aldacir Oliboni.
O Ver. Dr. Goulart está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. DR. GOULART: Meu querido
Presidente, o único Parlamentar santo do Brasil, o nosso Ervino Besson; minhas queridas Vereadoras, Srs.
Vereadores, eu ouvi, aqui da tribuna, uma pergunta, não me lembro de quem: “Por
que será que foi a primeira vez que não passaram as contas da Secretaria de
Saúde?” Por quê? Responda-me por quê? Por causa do aparelhamento do controle
social, por causa do aparelhamento do Conselho Municipal de Saúde, que, durante
16 anos, aceitou bárbaras contas, contas, a basto, contraditórias;
aceitou! Então, eu vou sugerir à Bancada do PTB, sempre naquele intuito afastar
a hipocrisia da Saúde? Vamos estudar
o Conselho Municipal de Saúde, porque aí tem! Aí, no Conselho Municipal de
Saúde, tem alguma coisa que nós precisamos estudar! Ajude, Bancada, que nós
vamos estudar! Vamos saber por que se perpetua sempre o mesmo mandato no
Conselho Municipal de Saúde, quando é o povo que tem que tomar conta ...
(Apartes
anti-regimentais.)
O
SR. DR. GOULART: Eu
gostaria de falar e que as matracas calassem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Ervino Besson):
Srs. Vereadores, por gentileza.
O
SR. DR. GOULART: Eu
gostaria que respeitassem este orador, que é um defensor da Saúde! Eu gostaria
de terminar o meu texto; quem quiser se inscreva e fale aqui! Eu gostaria de
falar!
Então,
senhores e senhoras, nós vamos estudar o controle social. Como é que, há muitos
anos, uma determinada ideologia manda no Conselho Municipal de Saúde, para
depois vir vetar contas e, no passado, não vetou contas? O que é isso?! Nós é
que temos que nos indignar, porque o povo está abandonado, quando o Conselho
Municipal de Saúde não faz o que tem que fazer, que é cuidar de seu povo, que,
conforme disseram aqui, está abandonado. Este Conselho tem que ser estudado!
Ajude-me, Bancada do PTB, e outras Bancadas que quiserem vir junto! Nós temos que
estudar - o Joaquim Kleimann até pediu demissão no meio do caminho, correu,
fugiu.
Então,
o que eu quero dizer para os senhores é o seguinte: eu quero convidar os
Vereadores a irem nas Unidades de Saúde que foram trabalhadas pelo Eliseu
Santos. Eu gostaria que fossem nas Unidades de Saúde! Eu estive em algumas
delas durante a reinauguração, reinava entre os funcionários uma alegria
imensa. O povo estava lá muito contente, porque, pegando a Secretaria de Saúde
nos dois últimos anos, um ano e meio, pouco poderia fazer o Eliseu Santos, e o
que ele podia fazer ele está fazendo, que é limpar os postos, que é trabalhar
os postos, que é tornar mais digna a chegada dos doentes. Está faltando na
Saúde? Está! Está faltando muito? Está! Precisam melhorar exames? Precisam!
Precisam melhorar cirurgias? Precisam! Precisa melhorar um monte de coisas, mas
dizer que nada está sendo feito é uma injustiça! Só a presença do Secretário
nos postos de saúde já é uma graça, coisa que Secretário nenhum fez nos últimos
20 anos! Ele está no posto de saúde, junto com seus funcionários, junto com
seus doentes! E, se mais não pode fazer, é porque é muito pouco tempo e muito
pouca divisão do dinheiro que tem que vir para a Saúde. E nós não podemos nos
conformar! Temos que buscar mais e, ao apagar das luzes deste mandato do
Prefeito Fogaça, temos que fazer com que essa Saúde seja a melhor dos últimos
tempos!
Então,
meus queridos, não se faça injustiça em época pré-eleitoral, que “papai do céu”
não gosta! Este assunto era para ter sido falado há três anos, quatro anos,
cinco anos, Ver. Beto Moesch, e nunca foi falado! Como é que vai ser falado
agora nos últimos momentos, perto da eleição? Isso não é justo, isso não é
legal, isso não é bonito!
A
CPI da Saúde foi amordaçada nesta Casa. Nós não pudemos fazer a CPI da Saúde! A
CPI que eu e o Ver. Claudio Sebenelo pedimos não pôde sair. Um dia, nós temos
que estudar por que não pôde sair. Por que a Justiça não nos deixou fazer? Era
época pré-eleitoral, também, e isso não deixava a gente defender o povo. Mas
nós estamos aqui para defender a Saúde, para defender os funcionários heróicos
da Saúde, para defender o povo, que ainda precisa muito! Mas o primeiro
Secretário que botou o pé fora da Secretaria para entrar em posto de saúde
chama-se Eliseu Santos. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Ver. Carlos Atílio Todeschini; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu gosto
muito do Ver. Adeli Sell, e ele me deu uma aula, segunda-feira, quando disse
com todas as letras, e repetiu, que as coisas que precisavam melhorar não
melhoraram. Significa que havia muita coisa ruim. Agora, eu também disse que o
vendaval destrói tudo em alguns segundos. A reconstrução é muito mais demorada.
Portanto, não queiram que o Secretário da Saúde, Eliseu Santos, resolva todos os
problemas que encontrou de forma completamente descuidada e equivocada, como é
o caso do Pronto Socorro, onde construíram um belo prédio para a administração
quando deveriam ter construído um prédio para o hospital e colocado a
administração em segundo plano. Colocaram-na em primeiro plano; deve ter
ar-condicionado, ventilação bonita, tudo muito bom, mas o hospital não foi
cuidado. Não era assim que fazíamos, nós cuidávamos do hospital - não só a
Secretaria da Saúde, mas a SMOV tinha plantão permanente lá; nós tínhamos um
engenheiro no local para cuidar dos problemas -, e, nos 16 anos, isso não
havia.
Agora, eu também fico muito bravo, porque, todas as
vezes, ouço falar que a Saúde piorou em Porto Alegre. Não, assumiu o Secretário
Pedro Gus, foi um bom Secretário, realizou mutirões, realizou cirurgias que
estavam represadas há dois ou três anos, e, com o apoio de muita gente boa,
elas foram feitas. O Secretário Eliseu está fazendo seu trabalho, mas é
difícil, muito difícil, porque, por todo o lado que olhe, há deterioração
encontrada. Como eu disse: o vendaval dura alguns segundos, mas a reconstrução
é muito demorada, muito principalmente se não houver recursos. Eu vou dizer
aqui, mais uma vez: no Governo Fernando Henrique, a Prefeitura de Porto Alegre
recebeu 307 milhões de reais para o SUS no ano de 2002. Esses 307 milhões, se
corrigidos fossem pelo IGP-M, em janeiro deste ano, seriam 519 milhões e meio
-, diferente dos 325 mil reais que estão na previsão orçamentária. Nenhuma vez,
a não ser no ano passado, os 307 milhões de Fernando Henrique foram atingidos;
no ano passado, chegou a 325 milhões. Mas eu poderia fazer um cálculo colocando
o reajuste dos 307 milhões pelo IPCA, que é o índice que a Prefeitura está
utilizando agora; os 307 milhões seriam cerca de 458 milhões de reais;
portanto, Porto Alegre recebe menos recursos na Prefeitura, mas aplica mais.
Ontem, o Senado aprovou a PEC nº 29, por
unanimidade, uma Lei Complementar que vai ser encaminhada à Câmara, e espero
que o Governo não faça nenhuma alteração, porque se pretende que, até o ano de
2010, 2011, os gastos da União com a Saúde sejam na ordem de 10%. Hoje, está
gastando 3 ou 4%.
Na terça-feira, assisti a reunião da Comissão de
Educação, à qual tenho a honra de pertencer, mas, às vezes, eu não sou muito
educado, e, naquela reunião, eu falei que tinha de agir como uma pessoa
antipática e dizer que nem tudo eram rosas e que os discursos não resolveriam o
problema. Parecia que um dos problemas mais sérios que poderia ser resolvido
pela Comissão - e V. Exª, Ver. Todeschini, lá estava - seria o cercamento do
Instituto de Educação, e, para isso, nós teríamos que pressionar o Compahc,
teríamos de falar com o Prefeito, com os Secretários e com muito mais gente. Eu
quero informar que, hoje pela manhã, o assunto foi analisado no Compahc.
Provavelmente, na segunda-feira, o Compahc dará a liberação para que o cercamento
seja feito. Portanto, é bom saber que não foram os discursos que conseguiram
isso; foi a ação do Executivo Municipal, preocupado, como estão preocupados os
integrantes do Compahc, com a segurança dos jovens e das jovens que estudam no
Instituto de Educação General Flores da Cunha. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O Ver. Dr.
Raul está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. DR. RAUL: Ver. Carlos Todeschini, na
presidência dos trabalhos; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores;
aqueles que nos assistem, venho à tribuna para falar sobre o assunto que está
hoje em ebulição, que é a nossa Saúde pública. Há mais de 30 anos, quando me
formei, comecei a trabalhar em Saúde pública, peguei a nova Constituição, vamos
dizer assim, o Sistema Único de Saúde, que começou a prometer praticamente tudo
de graça, atendimento integral a toda a população, que não vem dando uma
resposta de financiamento para essas questões.
Quando começou - para vocês terem uma idéia -, há
mais ou menos 15 anos, um pouco menos, a Central de Marcação de Consultas, o
que nós víamos nos postos de saúde era uma derrocada total. Então, esse foi um
projeto colocado, à época, e não havia nem telefone nos postos de saúde, e os
funcionários tinham que arrumar uma maneira de ligar para a Central de Marcação
de Consultas. E isso era de orelhão, isso era de uma situação totalmente
inóspita, vamos dizer assim, e aquelas filas que existiam passaram a ser filas
virtuais. Então, nós tínhamos, numa pequena Unidade de Saúde, muitas vezes, 200
encaminhamentos para oftalmologia represados. Vamos dar um exemplo: eu
trabalhei numa Unidade de Saúde como único médico - lá se vão 12 anos, talvez
-, onde eu atendia em torno de 30 pessoas por dia, era eu e uma funcionária, e
a Unidade era totalmente precária, tínhamos o teto mofado, as pessoas ficavam
numa situação horrível na recepção. Hoje, as pessoas, na grande maioria das
Unidades, também, graças a esse trabalho que vem sendo desenvolvido pelo
Secretário Eliseu Santos, têm uma condição digna de atendimento, elas se sentem
cidadãos, sendo atendidos com respeito, respeito à dignidade. As pessoas não
são mais aqueles indigentes que eram antigamente, antes de 1988; simplesmente
elas estão equiparadas num nível de cidadania em que todos têm os mesmos
direitos de atendimento.
Temos dificuldade na Saúde pública? Claro que
temos, o próprio Orçamento de Porto Alegre é um orçamento que perdeu muito na
última gestão, com um contingenciamento de verbas federais, com a dificuldade
de repasse do Governo Estadual, e, mesmo assim, Porto Alegre, que deveria dar
15% para a Saúde, hoje dá, praticamente, 20% do seu recurso. Por quê? Porque se
preocupa realmente com o atendimento da população. Não é o ideal? Não é o
ideal. Agora tivemos, hoje, para exemplificar, uma aprovação, de ontem para
hoje, da Emenda nº 29, no Congresso Nacional, no Senado, para a regulamentação,
e isso vai fazer, a médio prazo, agora, em quatro anos, que nós tenhamos mais
23 bilhões na Saúde deste País. Nós precisamos, realmente, de recursos bem
administrados na área da Saúde.
Nós tivemos uma oportunidade, ainda este ano, em
que parecia, por breves instantes, que nós teríamos a CPMF realmente voltada
para a Saúde, mas terminou a CPMF - talvez seja uma questão importante para a
cidadania o fato de que não haja CPMF - e, com certeza, a Saúde foi
extremamente prejudicada com isso, porque aqueles recursos que já estavam
previstos para vir, todos passam por um segundo diálogo, por uma segunda
negociação, e quem perde com isso é a população, com certeza.
Então, nós temos ações muito importantes na área da
Saúde pública de maneira permanente. E eu vejo, por exemplo, no Secretário
Eliseu, um esforço muito grande para que as coisas aconteçam.
Eu gostaria, também, de dizer da importância da vinda para esta Casa
do Projeto, para que, realmente, nós tenhamos o nosso Programa de Saúde da
Família como prioridade na Cidade, e que as contratações sejam, realmente,
feitas pelo Município. Esperamos que isso, a médio prazo, facilite no sentido
de que haja um número talvez até o triplo do que nós temos hoje, porque Porto
Alegre precisa em torno de 250 Programas de Saúde da Família, e nós temos
apenas 84, sendo que, praticamente, neste Governo, no Governo Fogaça, já foram
duplicados, porque havia menos de 50 quando assumimos o Governo. Então, é claro
que as dificuldades são muitas, e todos os esforços estão sendo feitos no
sentido de dar uma Saúde melhor para a população. Inclusive, o que eu tenho
visto nas unidades de saúde que temos visitado, para concluir, é que nós temos
um número de encaminhamentos represados muito menor. Então, o que está havendo
é que, embora ainda tenhamos dificuldades importantes, esse espaçamento, que
chegou a ser de anos para se conseguir uma consulta com determinados
especialistas na rede pública, a coisa hoje está muito mais ágil. Esperamos
avançar muito dentro desse processo. Saúde para todos.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): Passamos
às
O
Ver. Carlos Comassetto está com a palavra em Comunicações.
O
SR. CARLOS COMASSETTO: Sr.
Presidente, Ver. Carlos Todeschini; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras; senhoras e
senhores, vou dar continuidade ao tema da Saúde, mas, antes, quero fazer um
registro, o registro de uma situação da Habitação e da temática “Organização da
Cidade”, que aconteceu ontem à noite no Plenário Dante Barone da Assembléia
Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul.
A
política de Habitação do Município de Porto Alegre é uma política que está
deixando muito a desejar, e está sendo criado um conjunto de situações que não
dá para aceitarmos. Esta foto aqui mostra um conjunto habitacional (Mostra a
foto.), promovido pelo DEMHAB, com esgoto a céu aberto, um conjunto de favelas
criadas na região atrás da FAPA. Há um número de 27 mulheres que foram
desabrigadas lá do Porto Seco, pela força da Guarda Municipal, agredidas e
reassentadas, colega Nereu, nesse conjunto habitacional do DEMHAB. Portanto,
Ver. Dr. Goulart, não se trata de nós fazermos disputas pessoais com um ou
outro que está num cargo público, mas se trata de nós discutirmos políticas, e
políticas bem feitas. E o senhor estava na Comissão quando nós recebemos essas
denúncias.
Ontem,
o Ver. Guilherme veio a esta tribuna e disse que o então Diretor do DEMHAB,
Nelcir Tessaro, havia deixado o cargo para concorrer a Vereador e se
autocontratou, com a assinatura do próprio Prefeito, como Coordenador do
Departamento Jurídico de Habitação. A denúncia que foi feita aqui desta tribuna
fez com que, no Diário Oficial de hoje, saísse novamente a sua exoneração. Isso
é uma comprovação de uma política irregular, malfeita, e nós temos que trazer
isso para discutir, para construir a boa política. Portanto, quando nós
trazemos alguns temas relacionados à Saúde, não é porque estamos contra a
pessoa A ou contra a pessoa B.
Os
dois que me antecederam aqui se esqueceram de dizer que a pesquisa feita na
cidade de Porto Alegre mostra que 76% da população diz que a saúde piorou em
Porto Alegre. Será que isso é culpa do Conselho, Dr. Goulart? Não, não é culpa
do Conselho! E quero lhe dizer que ouvi a sua intervenção, na Plenária de
terça-feira à noite, dizendo que o Governo estava errado em não ter mandado
para o Conselho o Projeto de Lei que cria uma política para os Postos da Saúde
da Família, como foi errado o Governo não ter mandado para o Conselho a análise
da contratação do Instituto Sollus. Ou querem que o Conselho fique lá de
“vaquinha de presépio”? Não. Existe uma Lei Municipal que diz que a política
municipal de Saúde tem que ser analisada pelo Conselho. Além disso, Ver. Dr.
Goulart e Ver. Dr. Raul, os senhores que são médicos da base do Governo, o
Secretário Eliseu Santos nos entregou uma prestação de contas com uma lista de
obras que foram realizadas pela Secretaria Municipal de Saúde. Eu gostaria que
os senhores fossem visitar essas unidades para ver as obras, vou citar algumas
aqui: na UBS Diretor Pestana, dizem que foi feita reforma parcial, não foi; na
UBS Vila Safira, dizem que foi feita reforma geral, o que foi reformado foi a
casinha do compressor; na UBS Nazaré diz que foi feita reforma geral, e o que
foi feito foi um banheiro para os pacientes; no IAPI, foram colocados 50m de
piso; na UBS da Vila Ipiranga, os funcionários fizeram rifas, galetos e almoços
para levantar o dinheiro da reforma.
Portanto,
Dr. Goulart, eu quero lhe dizer que, no momento em que o Conselho não aprova as
contas da Saúde do Município, é óbvio que, analisando o que está dito que foi
feito, gastando dinheiro público, e tudo se apresenta dessa forma, não pode
aprovar mesmo! Não pode! Aí tem que ter transparência na postura, essa é a
minha opinião, discordando do senhor, para fazermos um debate, mostrando aqui o
que tem melhorado e o que tem piorado, porque 76% da população de Porto Alegre
diz que a Saúde é a preocupação número um e que piorou. Muito obrigado,
senhoras e senhores.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O
Ver. Carlos Todeschini está com a palavra em Comunicações.
O
SR. CARLOS TODESCHINI: Sr.
Presidente, Ver. Aldacir Oliboni; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores e, especialmente, público que
nos assiste, é importante que nós estejamos aqui fazendo o registro desses
passos, porque, no dia 3 de abril, os Secretários do Município tiveram que se
afastar de seus cargos por determinação da lei eleitoral, e, no dia 4, para
nossa surpresa, o ex-Diretor do DEMHAB é nomeado em cargo de confiança na
Secretaria onde era Diretor-Geral - essas são práticas inaceitáveis! O Ver.
Guilherme Barbosa fez uma denúncia, e hoje nós lemos, no Diário Oficial, a
publicação do Ato nº 84, de 4 de abril de 2008, que torna sem efeito a nomeação
de Nelcir Tessaro.
Então,
vejam só: aqui temos, Ver. Bosco, uma confissão de culpa, porque está no Diário
Oficial, e, graças ao alerta feito aqui pela nossa Bancada, através do Ver.
Guilherme e do Pedido de Providências conjunto da nossa Bancada ao Prefeito,
liderado pela Verª Margarete Moraes, hoje o Prefeito manda tornar sem efeito
essa nomeação. Então, deu efeito, e, para mim, é apenas uma confissão de culpa.
Eu quero falar isso, porque muitos problemas da Prefeitura, em que o
prejudicado é o povo, Verª Margarete Moraes, nossa Líder, se devem ao conjunto
de desmandos que nós temos na Administração.
Tivemos,
agora, no final da semana passada e no início desta, aquele drama da falta de
água em muitos bairros da Cidade. E não é aceitável que venha o Diretor e os
técnicos do DMAE dizerem que a adutora é muito velha. Se a adutora é velha, mas
é operada adequadamente, não representa problemas, e, mesmo que tivesse um
projeto em andamento para substituição - inclusive, foi desenvolvido no nosso
Governo, já estava pronto e financiado agora pelos recursos da Caixa Econômica
Federal, aprovados por esta Casa -, não é aceitável esse tipo de explicação. É
preciso rezar para ligar, por encargo, novamente, uma adutora depois de
consertada.
E
eu quero dizer que muitas coisas que estão acontecendo - como a diminuição da
qualidade de serviços em nossa Cidade -, devem-se aos maus-tratos que os
funcionários públicos de Porto Alegre estão recebendo: assédio moral, opressão,
desmando e todo o tipo de violência contra os funcionários.
Ver.
João Antonio Dib, o senhor, que foi Diretor do DMAE, ou a Liderança do Governo,
que não está presente aqui hoje, eu gostaria que me explicasse, por exemplo,
por que só podem ser contratadas empresas para realizar serviço de
repavimentação que tenham usina de asfalto; se a Prefeitura tem uma usina, isso
diminui o universo das empresas aptas às concorrências do Município, aos processos
licitatórios. Então, vejam só, há coisas acontecendo completamente estranhas
aos procedimentos democráticos e normais.
Vou
voltar à questão da Saúde. No Pronto Socorro, por exemplo, o que está
acontecendo? Há informações de que as infecções não estão só na UTI
Traumatológica; estão nas outras UTIs do HPS. Por quê? Porque há um descontrole
total e uma falta de coordenação das chefias, falta de funcionários, falta de
investimentos, falta de equipamentos e uma mistura generalizada de ambientes
contaminados em ambientes não-contaminados - pessoas, equipamentos e materiais. E isso tem levado a uma
situação preocupante, porque o que mais tem neste Governo é gente que não toma
atitude, que não decide nada, a não ser quando é para favorecer alguns. Esse é
o problema que está colocado, Verª Margarete.
E nós estamos tratando de uma situação da mais alta
gravidade, que é questão de Saúde pública, que é questão das vidas; que é a
questão dos nossos equipamentos mais respeitados como, por exemplo, o nosso
HPS, que foi sempre um ponto de referência e uma unanimidade e, agora,
infelizmente, passa por essas situações. Obrigado pela atenção de todos.
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Carlos Todeschini reassume a presidência
dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O Ver. Luiz
Braz está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Claudio
Sebenelo.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Carlos
Todeschini; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras; senhoras e senhores,
eu acho que, neste período de Comunicações, nós temos que falar exatamente
daquilo que nós acreditamos que sejam temas dos debates principais em nossa
Cidade, e eu ouvi aqui todos os oradores, principalmente aqueles ligados à
Bancada do PT, falando sobre os desmandos e os problemas do Governo Fogaça. Só
que fazia algum tempo que eu não lia aquela
coluna da Videversus e, dando uma olhada no que foi
publicado no dia 08, eu fiquei espantado, Ver. Maurício, com o fato de que
nenhum Vereador veio a esta tribuna falar do que foi publicado anteontem aqui
na nossa Cidade. Mas eu vou ler aqui, para que os Vereadores tomem
conhecimento, porque, afinal de contas, como nós estamos falando de lesões ao
erário ou de prejuízos causados pelas Administrações, é bom que a gente fique
sabendo (Lê.): “Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul condenou o
ex-Prefeito Raul Pont a recolher aos cofres públicos a quantia de 14 mil reais”
- valores históricos - “por problemas ligados ao asfaltamento da Rua
Pitoresca.” Sabem onde fica a Rua Pitoresca? No Jardim Bento Gonçalves. Aí eu
comecei a ler sobre esse processo - houve, inclusive, recurso, que foi negado,
e agora, isso se transformou num processo que está sendo discutido na Justiça
comum - para ver como isso se deu. Alguém ligado ao esquema do Orçamento
Participativo - a Rua Pitoresca foi um daqueles esquemas vinculados ao
Orçamento Participativo - atestou - Ver. Maurício Dziedricki, V. Exª, que
administrou a SMOV durante bastante tempo - por obras que não foram feitas, por
materiais que deveriam ter sido empregados e que não o foram. E, quando a
fiscalização foi lá para ver se aquele determinado material tinha sido
empregado naquele asfaltamento, viram que não foi bem assim. Só que os
engenheiros ligados ao Partido dos Trabalhadores davam atestados...
(Aparte
anti-regimental do Ver. Guilherme Barbosa.)
O
SR. LUIZ BRAZ: Sim, sim,
Ver. Guilherme, e eu sou obrigado a falar, porque...
(Aparte
anti-regimental do Ver. Guilherme Barbosa.)
O
SR. LUIZ BRAZ: Eu estou
falando de um processo do Tribunal de Contas, que hoje está na Justiça comum,
pelo qual o Prefeito Raul Pont, que, se não me engano, é do Partido dos
Trabalhadores, o ex-Prefeito...
(Aparte
anti-regimental.)
O
SR. LUIZ BRAZ: É? Não
sei, mas, se é, esse ex-Prefeito, que, se eu não me engano, é do Partido dos
Trabalhadores, foi condenado pelo Tribunal de Contas por ter malversado
recursos no asfaltamento da Rua Pitoresca - é do que trata esta nota. Mais uma
vez, vou dizer: fiquei espantado, porque os Vereadores que passaram por esta
tribuna, falando sobre os prejuízos que a atual Administração está causando,
não se referiram a esse Processo e não explicaram por que, por exemplo, houve
aqui alguém que atestou que haviam sido asfaltados 12 mil metros quadrados,
quando o asfalto era de seis mil metros quadrados. Atestou o dobro. Ninguém
falou disso! Então, como eu estou vendo que esta tribuna virou uma tribuna de
denúncias e mais denúncias... Eu não estou trazendo uma denúncia; estou apenas
lendo, aqui, sobre um processo que já foi julgado no Tribunal de Contas. Houve
uma condenação junto ao Tribunal de Contas, e hoje o ex-Prefeito Raul Pont - em
valores históricos, é claro que isso tem que ser corrigido - foi condenado a
devolver aos cofres públicos o valor de 14 mil reais. É claro que esse valor
tem que ser corrigido depois. Essa é a comunicação que eu faço neste período.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O
Ver. Beto Moesch está com a palavra em Comunicações.
O
SR. BETO MOESCH: Ver.
Carlos Todeschini, na presidência desta Sessão; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, permitam-me
mudar um pouco o enfoque, embora os debates anteriores tenham sido, todos,
muito importantes para o conhecimento dos telespectadores, mas vou entrar num
tema que tem sido pautado, ultimamente, mas que, se vocês se derem conta, é
muito pautado, muito mesmo, desde 2004.
O
Rio Grande do Sul está numa imensa estiagem, uma macroestiagem desde 2004, e,
nos próximos 20 anos, Ver. Luiz Braz, estaremos numa macroestiagem. Mas uma
estiagem aqui é uma estiagem que tem entressafras de chuva. Uma das únicas
regiões do mundo, Ver. Brasinha, que não aproveita a água da chuva, que não
reutiliza a água, que não otimiza e racionaliza o uso da água é o Estado do Rio
Grande do Sul. Vejam, numa das regiões que mais deveria estar lidando com esse
assunto, respondendo, e o que vemos é uma resposta de milhões e milhões de
reais para maquinários para fazer poços artesianos. Ou seja, estamos esgotando
ainda mais a água superficial e subterrânea, porque não estamos conseguindo
entrar no século XXI. O Estado do Rio Grande do Sul e a cidade de Porto Alegre,
neste ponto, neste caso específico, têm que entrar, finalmente, no século XXI.
Precisamos aproveitar e captar água da chuva nas nossas casas, Ver. Maurício,
nas indústrias, nos shopping centers, nos supermercados. E o reuso da
água para a descarga do banheiro? O consumo da descarga chega a ser 40%, e de
água tratada! Só aqui mesmo para acontecer uma coisa dessas, no século XXI!
Água tratada para dar a descarga dos dejetos humanos! Não é nem a água da chuva
que deveria ser utilizada para isso, e sim a do chuveiro e a da pia; e a água
da chuva para lavar veículos, para regar as mudas, para lavar a roupa, que é
uma água mais nobre do que a água tratada. Em Nova Iorque, é assim; na Cidade
do México, é assim; em Madri, é assim; nas cidades européias, é assim bem como
em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba; o Estado de São Paulo
todo é assim. Isso já é lei. A SMAM passou a exigir isso, e exige
de todos os empreendimentos a captação da água da chuva e reuso da água. Isso
já é uma normativa aqui do órgão ambiental Municipal, mas nós temos que traçar
uma política para isso, para que as residências também utilizem, e naqueles
empreendimentos que não dependam de licença. Por isso é que foi muito
importante, nesta Casa, num primeiro momento, a sensibilização, Ver.
Todeschini, V. Exª que também lida muito com esse assunto, não só por ter sido
Diretor-Geral do DMAE, mas aqui na Casa também, continuando com esse assunto.
Presenciei, ontem, uma sensibilização aqui com relação aos hidrômetros
individualizados, mas os hidrômetros fazem parte, são instrumentos de uma
política, de um plano de uso racional da água, em que temos que incluir
campanhas educativas, a utilização de fontes alternativas, o controle da
poluição de córregos, rios e lagos, ou seja, a proteção também da mata ciliar e
da vegetação de topos de morros, sim; não há qualidade e quantidade de água sem
vegetação. Equipamentos que combatam o desperdício da água, isso tem que ser
exigido; assim como, para dar um habite-se, nós precisamos, por exemplo, de um
elevador para um edifício acima de quatro andares, isso tem que estar no
habite-se. Nós precisamos entrar no século XXI, Ver. Todeschini, e é por isso
que nós estamos, mais uma vez, solicitando a V. Exas que, em
conjunto, possamos agregar a proposta do então Ver. Raul Carrion, do
Substitutivo do Ver. Todeschini, da nossa proposta, da proposta do Executivo e
dos senhores e das senhoras, para que nós possamos, como Cidade, de uma vez por
todas, entrar no século XXI, no que diz respeito ao uso racional, inteligente e
sustentável da água. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O Ver. Nilo
Santos está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Dr.
Goulart.
O SR. NILO SANTOS: Ver.
Todeschini, na presidência dos trabalhos; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras; senhores e senhoras que nos acompanham nesta tarde de quinta-feira,
foram 35 minutos gastos pela
Bancada do Partido dos Trabalhadores para “baixar o laço” no Secretário Eliseu
Santos. Em 35 minutos, mandaram o Secretário Eliseu Santos para o tronco e
ficaram batendo sem sentir dó algum. Querem saber exatamente o que o Partido
dos Trabalhadores pensa do Secretário Eliseu Santos? Ver. Carlos Todeschini, V.
Exª quer saber exatamente o que o Partido dos Trabalhadores pensa? Os senhores
e senhoras, que estão em casa, querem saber exatamente a verdade sobre o que o
Partido dos Trabalhadores pensa do Secretário Eliseu Santos e sobre o seu
Partido - Partido Trabalhista Brasileiro? Querem saber? É só perguntar para um
dos Líderes. O Sr. Cícero Balestro, que marcou uma reunião com o PTB, hoje à
tarde, para pedir coligação, porque sabem que o Eliseu é o melhor candidato a
Vice! Marcaram reunião para hoje à tarde com a Liderança de nosso Partido,
tentando puxar o Eliseu para Vice da Deputada Maria do Rosário, e vêm aqui “dar
chinelada” no Eliseu Santos! Isso é demagogia! Está marcado para hoje à tarde,
lá no Partido, sim, a visita do Sr. Cícero Balestro. É isso que pensam do
Secretário Eliseu Santos!
Olha,só
o que posso pensar é que tentaram enganar os outros Partidos aqui, batendo no
Eliseu, para “namorar” o Eliseu, não há outra justificativa! Que vergonha isso!
E quero dizer uma coisa também ao meu Líder - melhor Líder desta Casa -, Ver.
Dr. Goulart: sou favorável, sim, a dar uma fiscalizada nesses conselhos, para
saber quem é quem nesses conselhos, porque há bandeirinha de Partido nesses
conselhos aí, sim. E quero dizer, também, ao Ver. Carlos Todeschini, que hoje
está como Presidente interino nesta Casa: se V. Exª tivesse se preocupado menos
em asfaltar ruas e se preocupasse em trocar os canos da Cidade, não estaria
faltando tanta água como está faltando. O senhor não fez a sua parte, o seu
trabalho que era para fazer. V. Exª se preocupou em asfaltar em vez de se
preocupar em trocar cano. E se V. Exª precisar, eu trago aqui as ruas, trago
aqui.
O
Sr. Alceu Brasinha: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Nilo Santos, muito bom o
pronunciamento de V. Exª E quero dizer ao Ver. Todeschini - e eu solicitei um
aparte, mas ele não quis me conceder, mas eu quero dizer a ele - que o Nelcir
Tessaro está lá no escritório de advocacia dele, Vereador. Se precisar falar
com ele, ele está lá. Mais ainda: se esse Governo deles era tão bom, tão bom,
eles lembram tanto, então, por que perderam? Se era bom, por que perderam? Quem
é bom não sai nunca. E eles ainda querem voltar, voltar com essa coragem, com o
que fizeram com o povo.
(Aparte
anti-regimental da Verª Sofia Cavedon.)
O
SR. NILO SANTOS: Ver.
Todeschini, eu não concedi aparte, espero que V.Exª me conceda um tempo a mais.
Eu
quero pedir, encarecidamente, ao meu Líder e à Bancada do PTB que encerremos
qualquer conversa, neste momento, até que alguém da Bancada do Partido dos
Trabalhadores venha, aqui, se retratar e pedir desculpas ao Secretário Eliseu
Santos. Que venham aqui pedir desculpas, senão terminou: nós vamos fechar as
portas, e não vai ter mais namoro, porque não adianta vocês surrarem aqui e,
depois, irem lá pedir para que o Eliseu, que foi um exemplo na Secretaria da
Saúde, seja o Vice-Prefeito de vocês. Vocês surram e beijam, surram e beijam.
Daqui um pouco, vou chamar de PJ - Partido do Judas. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. JOÃO BOSCO VAZ: É
namoro ou é amizade?
O
SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini):
Solicito que sejam respeitados os oradores que estão na tribuna.
O
SR. MARCELO DANÉRIS:
Para um esclarecimento: o Partido dos Trabalhadores não vai procurar o PTB para
nenhuma aliança, muito menos para Vice.
O
SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini):
Está feito o registro sobre um assunto manifestado na tribuna.
O
Sr. Dr. Raul está com a palavra em Comunicações.
O
SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr.
Presidente, eu só queria saber se o Ver. Marcelo Danéris autoriza pegar as
notas taquigráficas do que ele declarou agora, aqui.
O
SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): Feito
o registro. Há um orador na tribuna. O Ver. Dr. Raul tem garantido o seu tempo.
O
SR. DR. RAUL: Obrigado.
Ver. Carlos Todeschini, na presidência dos trabalhos, Vereadores, Vereadoras,
todos que nos assistem aqui e pela TVCâmara, neste período de Comunicações, eu
gostaria de, num primeiro momento, levar ao conhecimento de todos a minha
satisfação em função do trabalho que eu tenho desenvolvido já há muitos anos e,
agora, muito especialmente, aqui na Câmara Municipal, na área do Planejamento
Familiar da nossa Cidade. Nós conseguimos, após três anos de tramitação de um
Projeto, criar o Centro de Planejamento Familiar de Porto Alegre. E eu gostaria
de socializar a informação de que isso já está também sendo levado, em nível
nacional, por várias entidades, até em Municípios aqui do Estado. Então, é
sinal de que, realmente, estamos nos associando a uma corrente de muita
importância, que são aquelas pessoas que se preocupam realmente com que nós
tenhamos os filhos que possamos criar, que queiramos ter e que possamos,
através do Poder Público, facilitar a vida daqueles que não têm aquela condição
de informação, de orientação e, muitas vezes, de receber os contraceptivos ou
mesmo tratar a infertilidade.
Gostaria
de aproveitar o momento, também, para dar um aparte ao nobre Ver. Brasinha.
O
Sr. Alceu Brasinha: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Raul, eu gostaria de ter
a oportunidade de pedir aparte para o senhor para responder à Verª Vereadora
Sofia Cavedon. Eu queria que a Verª Sofia Cavedon não fosse mais, também - como
eu já vi, quando ela estava em campanha - pedir votos para os gremistas. Ela,
há pouco, estava comemorando a desclassificação do Grêmio, e ela tem que
saber... Então, por que ela usou o Grêmio? Ela não poderia ter feito isso.
O
SR. DR. RAUL: Obrigado,
Ver. Brasinha. Eu gostaria de me harmonizar junto com o senhor na nossa dificuldade,
hoje, de gremista, de alguém que até já jogou no Grêmio como eu - joguei de
goleiro na minha época de Juvenil do Grêmio. Quero dizer da nossa tristeza,
mas, ao mesmo tempo, a gente sabe que o coração do gremista não vai ficar mal e
vai continuar cada vez mais forte.
A
Srª Sofia Cavedon: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Raul, o Ver. Brasinha não
entendeu. O que eu quis dizer é que o Partido dos Trabalhadores é tão bom
quanto o Grêmio e saiu por um período da Administração; e vai voltar, assim
como o Grêmio saiu dessas duas disputas, mas voltará e será campeão novamente.
Está claro agora, Ver. Brasinha?
O
SR. DR. RAUL: São apenas
questões pontuais; o nosso tamanho nós conhecemos. Dando prosseguimento, eu
gostaria de dizer da satisfação, novamente, pela nossa aprovação da Emenda nº
29 pelo Senado, para que, realmente, possamos ter uma Saúde neste País, que ela
tenha o recurso que necessita. Gostaria que todos nos uníssemos no sentido de
pressionar a nossa Câmara Federal, para que a regulamentação dessa Emenda saia
o mais breve possível, seja aprovada. Nós, nos próximos anos, traremos para a
Saúde, no mínimo, da área Federal, mais 23 bilhões de reais, o que muito vai
ajudar no desenvolvimento de uma Saúde pública no nosso País.
Queremos que o Programa Saúde da Família seja
fortalecido cada vez mais; para isso, precisamos de manutenção para essas
equipes, precisamos de contratação digna, que as pessoas que lá trabalham se
sintam realmente amparadas, que possam amparar as suas famílias, que possam
trabalhar com tranqüilidade, porque, principalmente os nossos agentes
comunitários, que vão até as casas - cada um visita em torno de 250 famílias -,
precisam estar bem consigo mesmo, para que possam, dentro desse trabalho, fazer
o diagnóstico - trazer para a socialização, nos postos de saúde - do aidético,
daquela pessoa que tem problemas de amamentação, que tem problemas de
pré-natal, do tuberculoso. Enfim, isso vai fazer com que os nossos hospitais,
realmente, diminuam muito essa contaminação que hoje apresentam, porque há um
fluxo muito grande de pessoas. Estamos vigilantes na Comissão de Saúde e Meio
Ambiente, em especial nessa questão da contaminação pela acinetobacter
em vários hospitais, porque, na realidade, é uma bactéria oportunista, que se
aproveita muito da baixa imunidade dos pacientes graves. Estamos cobrando,
estamos fiscalizando; a nossa Secretaria de Saúde está extremamente preocupada,
vigilante e atuante nessa questão.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC. Nº 0844/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 018/08, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que denomina
Passeio das Quatro Estações o espaço público superior do Viaduto Otávio Rocha e
dá outras providências.
PROC. Nº 0471/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 013/08, de autoria do Ver. Adeli Sell, que proíbe no
Município de Porto Alegre, a locação, a prestação de serviços, os contratos de
mútuo, o comodato e a cessão de cães para fins de guarda e dá outras
providências.
PROC. 1751/08 – PROJETO
DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 043/08,
de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Praça João Peters o
logradouro público cadastrado, conhecido como Praça 1978.
PROC. 2075/08 – PROJETO
DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 062/08,
de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Lygia Pratini de Moraes
o logradouro público não-cadastrado, conhecido como Rua 3022.
2ª SESSÃO
PROC. Nº 6121/07 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 180/07, de autoria do Ver. Claudio Sebenelo, que dispõe sobre
o direito do idoso a acompanhante nos estabelecimentos de saúde que menciona.
PROC. Nº 0853/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 020/08, de autoria do Ver. Nilo Santos, que estabelece, aos
mercados e aos hipermercados, prazos máximos para o atendimento de seus
usuários junto aos caixas de pagamento e dá outras providências.
PROC. Nº 1346/08
–PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 036/08, de autoria do Ver. Carlos Todeschini, que denomina Rua
Professora Marcelina Machado o logradouro não-cadastrado, conhecido como Rua S
– Vila Esmeralda –, localizado no bairro Agronomia.
PROC. Nº 1612/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 039/08, de autoria do Ver. Ervino Besson, que denomina Rua
Bartolomeu Diel o logradouro público cadastrado, conhecido como Rua Dois – Rua
Dona Mariana –, localizado no bairro Restinga.
PROC. Nº 2062/08 -
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 016/08, que altera os artigos 1º e 3º da Lei nº 10.024, de 18 de
julho de 2006, com a finalidade de promover a substituição do agente financeiro
que autorizou o Poder Executivo a contratar operação de crédito até o limite de
R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais).
PROC. Nº 2063/08
–PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 017/08, que altera os artigos 1º e 3º da Lei nº 10.181, de 03 de
abril de 2007, com a finalidade de promover a substituição do agente financeiro
que autorizou o Poder Executivo a contratar operação de crédito até o limite de
R$ 35.758.650,00 (trinta e cinco milhões, setecentos e cinqüenta e oito mil,
seiscentos e cinqüenta reais).
O
próximo Vereador inscrito para discutir a Pauta é este Vereador. Solicito ao
Ver. Aldacir Oliboni que assuma a presidência dos trabalhos, para que possa
haver a manifestação deste Vereador.
(O Ver. Aldacir Oliboni assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Carlos
Todeschini está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr.
Presidente, Ver. Aldacir Oliboni; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras,
nós temos, aqui, vários projetos em Pauta: um Projeto que denomina Rua
Professora Marcelina Machado o logradouro não-cadastrado, conhecido como Rua S
- Vila Esmeralda. A Professora Marcelina Machado foi uma professora sempre
muito envolvida com a comunidade da Lomba do Pinheiro, com a Escola La Salle;
portanto, nada mais justo e mais carinhoso do que homenageá-la com o nome de
uma das ruas daquela Vila tão querida da nossa Cidade.
Temos também dois Projetos, que são do Executivo,
Verª Sofia: um, que pede a substituição dos agentes financeiros do Banrisul
para a Caixa Econômica Federal; recursos para o Departamento de Esgotos
Pluviais, para obras importantes em nossa Cidade, e, se não me falha a memória,
entre outras, estão as obras da Vila Minuano.
Isso é apenas um reforço, uma demonstração do
fortalecimento de instituições públicas de alta credibilidade, de bons serviços
prestados e de liderança, como é a Caixa Econômica Federal. Então, nós nos
sentimos confortados e orgulhosos, porque o Presidente Lula revitaliza um órgão
como a Caixa Econômica Federal, que é o maior banco social do País. São mais de
cem milhões de contas, e todo o resultado, todo o produto gerado por essa
instituição é revertido para aplicação social. Então, estamos muito
confortados, muito satisfeitos; penso que o Governo faz uma boa opção
escolhendo a Caixa, que passa a gerenciar, praticamente, a totalidade do PAC,
dos investimentos do Governo Federal aqui em Porto Alegre, porque também esse
era um recurso federal, porém, como era proveniente do BNDS, era operado via
Banrisul. Agora, muda o
agente, e nós temos que aprovar, porque é um reconhecimento do destaque que tem
a Caixa.
Eu
também não posso deixar de fazer um registro, porque aqui foram ditas algumas
coisas que eu considero ofensivas. Quero dizer que fui diretor do DMAE, todas
as minhas contas foram aprovadas, havia três auditorias permanentes
fiscalizando as minhas contas, e não tenho nenhum registro, nem no Tribunal de
Contas, e nem nas auditorias. Diferente, Ver. Nilo, do senhor e dos agentes da
sua Bancada, do seu Governo e do seu Partido, que estão devendo lá na
Assembléia Legislativa, devem lá no Congresso Nacional e estão devendo também
aqui. É isso que tem que ser dito. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
(O
Ver. Carlos Todeschini reassume a presidência dos trabalhos.)
O
SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini):
O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. ALDACIR OLIBONI:
Nobre Presidente, Ver. Carlos Todeschini; Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras; público que
acompanha o Canal 16, sem dúvida, nós temos muitos projetos importantes, que
são elencados em primeira e em segunda Sessão, nesta Casa. Inclusive, em função
da mudança do Regimento, só tem a primeira e a segunda Sessão, estaria em
terceira Sessão um Projeto do Ver. Luiz Braz, que fala sobre o exame da
próstata, que eu também considero de extrema importância e que a gente não pôde
falar nesta semana. O Projeto institui o PCA, que é o exame preventivo. Nós
temos, hoje, uma infinidade de exames preventivos importantes. E o Projeto do
Ver. Luiz Braz...
O
Sr. Luiz Braz: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Oliboni, como eu sei que V.
Exª é um Vereador sempre interessado nesses assuntos de saúde, eu convido V.
Exª a tocarmos juntos esse Projeto, porque acho que, realmente, ele vem trazer
contribuição benéfica para as populações de baixa renda.
O
SR. ALDACIR OLIBONI: Com
certeza, Ver. Luiz Braz. Vejam só: há o Projeto do Ver. Claudio Sebenelo, que
trata da política de saúde do idoso, e o outro, do Ver. Luiz Braz -
praticamente, os dois trabalham com a questão da área de política preventiva
depois de uma certa idade. E aí, nós nos perguntamos: qual é a política de
saúde em Porto Alegre - eu não diria nem a partir de uma certa idade -, a
partir da terceira idade?
Nós,
aqui na Câmara de Vereadores, temos que desenvolver projetos de lei para poder
criar políticas preventivas ou programas preventivos para a cidade de Porto
Alegre, porque este Governo não tem iniciativas em relação a isso. Se nós
entrarmos no site do Ministério da Saúde, vamos ver, lá, elencados,
inúmeros recursos destinados a diversos programas e, dentre eles, exames preventivos.
E
aí, nós visitamos o posto de saúde, nobre Presidente Carlos Todeschini, e vamos
perceber lá que a demanda existente para proctologistas, ortopedistas e
ginecologistas é enorme; há pilhas de solicitações que não conseguem ter a
contra-referência. A cidadã, funcionária do posto de saúde, tenta ligar para a
Central e não consegue marcar. E nós temos que adotar projetos de lei para
poder implementar programas de saúde na cidade de Porto Alegre. Sinceramente, o
povo tem toda a razão em mostrar que a preocupação com a Saúde está em primeiro
lugar, porque, se nós não tivermos a iniciativa do Executivo, cabe ao
Legislativo propor ao Executivo. E aí, o Legislativo fica aqui, matutando,
diuturnamente, sobre programas que devem existir na cidade de Porto Alegre, no
intuito até de valorizar, porque, uma vez implementados esses programas, eles
vêm sanar inúmeras possibilidades ali adiante, porque o cidadão pode cair no
leito do hospital e ficar muito e muito tempo.
Então,
esses projetos de programas de saúde preventiva são muito bem-vindos. Eu diria
até que o programa Acolhimento, que, inclusive, foi sugerido na gestão anterior
pela Sandra Fagundes, que foi Secretária da Saúde, e que hoje temos implantado
em quatro unidades em Porto Alegre, recentemente - façamos justiça - aqui na
Bom Jesus, é o ideal para nós implantarmos em todas as unidades de saúde em
Porto Alegre, porque ali estão, de forma clara, precisa, identificadas as cores que
estabelecem a prioridade de atendimento. Por exemplo, o cidadão, Ver. Luiz Braz,
que chegar ali na Unidade de Saúde e receber a ficha vermelha é imediatamente
atendido, porque, pela cor da ficha, ele tem a agilidade do atendimento; a cor
verde, por exemplo, já não é urgência urgentíssima. Se tivermos condições de
implementar em toda a Cidade, temos certeza, vamos baixar em 40% as internações
em nosso Município.
A idéia do Programa Acolhimento, que é sugerido
pelo Ministério da Saúde, vem colaborar com a saúde preventiva, como também o
seu Projeto, Ver. Claudio Sebenelo; mas é preciso que o Executivo - por favor!
- valorize o Legislativo. Por isso vamos votar favorável a todos os projetos
que venham ao encontro da política preventiva em saúde e ao encontro da saúde
do cidadão. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): A Verª Sofia
Cavedon está com a palavra para discutir a Pauta.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Ver. Carlos
Todeschini, Presidente; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, os dois
Projetos que o Governo encaminha para esta Casa, que propõem a substituição do
agente financeiro para a contratação de operação de crédito em até dois milhões
em um projeto, e, no outro, até 35 milhões, autorização para trocar do Banrisul
para a Caixa Econômica Federal.
Vim aqui tentar entender as razões da troca do agente
financeiro. Eu não consigo acreditar - e como está entrando em Pauta, temos
tempo de verificar isso junto ao Banrisul - que o Banrisul tenha demorado,
porque o único argumento do Governo é de que “tendo em vista a demora na
tramitação interna do agente financeiro Banrisul...” Ora, um agente financeiro
não estaria interessado em ser o agente de crédito, em ofertar crédito à
Prefeitura de Porto Alegre, que é superavitária? E, por burocracia, por
descuido, talvez - é o único argumento da Prefeitura -, estaria deixando de
emprestar 37 milhões à Prefeitura de Porto Alegre? Causa-me muita estranheza,
Ver. Zacher; causa-me muita estranheza! Eu, de fato, prefiro entender que essa,
na verdade, é uma decorrência da opção que a Prefeitura de Porto Alegre fez da venda
da folha dos funcionários, que nós sabemos que não é só um compromisso que
acaba a Prefeitura assumindo, interesse da instituição financeira - e não tenho
nenhum problema com a Caixa Federal, ela está fazendo um excelente trabalho com
as políticas do Governo Federal, com muita agilidade, com muita capacidade de
diálogo. Mas, aqui, nitidamente, só o tempo perdido e o tipo de argumento nos
diz que, na realidade, a Prefeitura não fala toda a verdade para a Câmara de
Vereadores. Com certeza, isso é resultado de uma negociação com a Caixa
Federal, e eu posso e devo lamentar, porque o Banco do Estado do Rio Grande do
Sul sofre ataques, a Prefeitura de Porto Alegre não foi capaz de construir com
o Banrisul uma interlocução, que acabou sendo feita pela Famurs, para que os
Municípios permanecessem fortalecendo aquela Instituição, e também para que o
Banrisul - que está fazendo isso com uma série de Municípios no Estado do Rio
Grande do Sul - inflexione a sua política de créditos para políticas públicas
importantes para esta Cidade.
Esta solução encontrada coletivamente, que
fortaleceu Municípios e o nosso Banco do Estado, infelizmente não teve, no
Governo Fogaça, uma parceria. Ao contrário, mais uma vez, o Governo Fogaça
enfraquece o Banrisul, faz uma opção por outro agente financeiro.
Eu quero ressaltar que essa é uma política do
Executivo, e nós, ao contrário do que se possa imaginar, sendo oposição,
queremos e temos exercido essa oposição, no sentido de o Governo Municipal
utilizar, ao máximo, as verbas públicas federais - o que não tem feito com
competência, especialmente na área da Saúde. Portanto, não deixaremos de
aprovar, Ver. Beto Moesch, mas temos que fazer o registro de que, no mínimo,
isso é uma falta de planejamento e de cuidado com a coisa pública.
O Sr. Beto Moesch: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento da Oradora.) É só uma informação: o Fundo
Municipal de Meio Ambiente também foi transferido para a Caixa Econômica
Federal, por deliberação do Conselho Municipal de Meio Ambiente, porque o
Banrisul cobrava taxas e não colaborava em nada na gestão ambiental. E agora, a
Caixa não está mais cobrando taxa, está ajudando a financiar a gestão ambiental
do Município. É uma questão realmente de gestão e, portanto, também colocamos
na Caixa Federal.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Bem, parece-me
que essa opção lá do Conselho Municipal do Meio Ambiente é justificada. V. Exª
justifica melhor que o Governo Municipal nesses dois Projetos, que disse que o
Banrisul simplesmente demorou a agilizar o empréstimo.
Quero também ressaltar que o Previmpa deu acordo
para a venda da folha, o antigo Conselho de Representantes, e parte desse
recurso que o PREVIMPA receberia não foi depositado; o PREVIMPA ficou a ver
navios. Quer dizer, a Prefeitura recebeu alguns milhões pela folha dos
funcionários, e o nosso Instituto de Previdência não teve a sua quota-parte. O
ideal é fazer boas negociações, mas o ideal mesmo é que os nossos bancos
públicos sejam fortalecidos, e os governos Municipais também. E que se tenha
menos ajustes no caminho, um planejamento mais sério e ajustado. O conjunto das
políticas que temos assistido, de mudanças do Governo Municipal, não nos indica
isso. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O Ver.
Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Ver. Carlos
Todeschini, que preside a nossa Sessão; demais colegas Vereadoras e Vereadores;
pessoas que nos acompanham, quero, neste período de discussão preliminar de
Pauta, abordar o PLL nº 013/08, muito interessante, do Ver. Adeli Sell, que
pretende proibir, no Município de Porto Alegre, a locação, a prestação de
serviços, os contratos de mútuo, o comodato e a seção de cães para fins de
guarda e dá outras providências. Portanto, o assunto é interessantíssimo, e eu,
inclusive, não sabia que havia essa atividade em Porto Alegre: de cães serem
locados para fazer vigilância em alguns locais, terrenos, edificações e eventos
- e não só a Brigada, porque isso nós já conhecemos -, mas, inclusive, por empresas
privadas. Então, o Ver. Adeli Sell, com o Projeto de Lei, pretende proibir,
estabelecendo multa pesada e assim por diante. E na Exposição de Motivos, o
Ver. Adeli Sell diz que isso foi encaminhado por algumas entidades que
trabalham com a questão dos animais e diz que a SMIC verificou que não existe
nenhum alvará emitido para esse fim, mas que muitas empresas existem e
funcionam na clandestinidade, mantendo os animais, muitas vezes, em péssimas
condições, alguns sem receber água ou alimentação durante vários dias. E o
objetivo deve ser, inclusive, deixar o cão mais feroz, mais brabo. E diz,
então, também, o Ver. Adeli Sell, que já se constatou, em situações como essa,
ataque a crianças e a outras pessoas que estavam apenas passando perto do local
e assim por diante.
Portanto, acho que é um tema novo na Cidade, numa
atividade que não é tão conhecida assim, mas que traz, sem dúvida, um potencial
de perigo, se não for bem regulamentada, porque, se o Projeto de Lei do
Vereador for aprovado, essa atividade será, evidentemente, proibida. É um
assunto novo para esta Casa, que eu acho que nós vamos ter de, realmente,
baixar a cabeça e estudar bastante.
Ontem, na Sessão de quarta-feira, também comentei
esses dois Projetos do Executivo que pretendem trocar o agente financiador, em
Lei já aprovada por esta Casa, passando do Banrisul para a Caixa Econômica
Federal.
Dois registros: o primeiro é que está escrito pelo
Sr. Prefeito, na Exposição de Motivos desses dois Projetos, que está trocando,
pedindo à Câmara para trocar o agente financiador, porque o Banrisul não anda,
está tremendamente atrasado em fazer esse financiamento para a Prefeitura de
Porto Alegre. Numa Lei, um atraso de mais de um ano; na outra Lei, com um
atraso de mais de dois anos! É lamentável isso, uma incapacidade, uma
incompetência! Isso está escrito pelo próprio Prefeito. E o segundo registro é,
como já dissemos várias vezes aqui, que a Caixa Econômica Federal tem muitos
recursos financeiros para aplicar em saneamento, em habitação popular. Esta frase
está sendo muito repetida, mas é verdade: nunca houve, neste Brasil, tanto recurso disponível para se aplicar
nesses dois itens fundamentais para aumentar a qualidade de vida da nossa
população. Muito obrigado pela atenção de todos.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): A
Verª Maria Celeste está com a palavra para discutir a Pauta.
A
SRA. MARIA CELESTE: Sr.
Presidente, Ver. Carlos Todeschini; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, há vários Projetos em discussão
de Pauta, em 1ª Sessão, mas o que me chama a atenção são os Projetos que estão
em 2ª Sessão de Pauta. O primeiro deles, o PLL 180/07, do Ver. Claudio
Sebenelo, que dispõe sobre o direito do idoso a acompanhante nos
estabelecimentos de saúde que menciona.
Acho
importante que os Vereadores pautem os seus projetos, especialmente na área da
Saúde, uma vez que nós já pudemos, nesta tarde, discorrer, no nosso período de
Grande Expediente, sobre a situação caótica que está o Município de Porto
Alegre, especialmente na temática da Saúde. E o debate, de lá para cá, de fato,
esquentou um pouco mais e levantou algumas questões, especialmente pela Bancada
do PTB.
Também
vejo que há o PLL nº 020/08, do Ver. Nilo Santos, que estabelece, aos mercados
e supermercados, prazos máximos para o atendimento de seus usuários junto aos
caixas de pagamento, e dá outras providências. Acho que, nesta Casa, todos nós
temos o direito de apresentar os mais diversos projetos, assim como temos todo
o direito, ao estar nesta tribuna, de fazer a manifestação verbal que
entendemos seja coerente com o nosso Partido, com a nossa concepção, com a
própria pessoa. Agora, vir a esta tribuna, de uma forma leviana, levantar
falsas informações e falsos dados é preocupante. É preocupante. Dizer,
inclusive, coisas que o PT não diz, sobre as quais jamais se manifestou, de uma
forma leviana, é preocupante. Aliás, eu quero reiterar, esclarecer para os
telespectadores que o Sr. Cícero Balestro, neste momento, não está em reunião
alguma com o PTB; está em reunião, sim, com o PDT. É importante que se diga, se
coloque e se reponha a verdade aqui. Mas não há problema nenhum em qualquer
membro do PT estar dialogando tanto com o PDT quanto com o PTB, porque vivemos
num espaço de ampla democracia, e não há problema nenhum em os Partidos
dialogarem, para fazer as suas composições. Agora, não use o Partido dos
Trabalhadores para levantar o seu passe e o passe do seu Partido com o PMDB;
não faça isso! Não faça isso nesta Casa e nesta tribuna, porque fica muito
feio!
Vereador
Nilo Santos, eu posso, perfeitamente, lhe dar um aparte; eu estou falando
justamente de seu Projeto que está em Pauta, e V. Exª tem toda a liberdade de
colocar, nesta Casa, os mais diversos projetos, com os mais diversos conteúdos,
assim como V. Exª pode expor, nesta tribuna, o seu livre pensamento. Agora, há
resposta para as questões que são colocadas aqui de forma irresponsável. Então,
estou aqui não só falando do seu Projeto, mas falando da leviandade que o
senhor levantou aqui contra o Partido dos Trabalhadores. Nós não vamos calar em
relação aos denuncismos que existem nesta Cidade, às inverdades que falam
contra o Partido dos Trabalhadores; não vamos calar!
O
Sr. Nilo Santos: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Primeiro, V. Exª deveria estar
discutindo os Projetos; V. Exª não falou quase nada sobre Projetos. Segundo, a
reunião estava agendada, sim, com o nosso Partido, o que é legal. O que não é
legal é usar 35 minutos do tempo aqui para “baixar o laço” no Secretário Eliseu
Santos, sem ele estar aqui para se defender, 35 minutos! Nós não vamos aceitar
isso, vamos defender o nosso companheiro, até porque ele é um excelente
Secretário da Saúde e Vice-Prefeito.
A
SRA. MARIA CELESTE: Eu
acredito na democracia ampla e plena, o senhor defenda quem o senhor quiser
defender aqui. Agora, nós estamos no direito legal da Lei Orgânica e do
Regimento desta Casa, que diz que o período de Grande Expediente é de 15
minutos para cada orador. Agora, se hoje, coincidentemente, há dois oradores do
PT que resolveram trazer o mesmo tema, sinto muito, altere o Regimento; o
senhor é novo na Casa, quem sabe o senhor possa propor uma alteração no
Regimento desta Casa e que consiga fazer respeitar a proporcionalidade? Eu até
acredito que é mais saudável para o debate público que tenhamos as diversas
opiniões, e que o tema não seja repetitivo, com certeza. Agora, não venha
cercear o direito do PT de vir a esta tribuna, de colocar as questões que
precisam ser colocadas do ponto de vista que nós entendemos que sejam
importantes. Agora, também não venham a esta tribuna dizer inverdades e
leviandades como o senhor fez. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI (Questão de Ordem): Que título a Verª Maria Celeste se utilizou para fazer uma
pregação que não tem fundamento na nossa Pauta no dia de hoje, nesta Sessão?
Causa-me transtorno pensar que um precedente pode ser aberto para se tratar de
qualquer tipo de matéria num momento em que a Sessão é definitiva, com os
Projetos que estão na Pauta, na ordem do Plenário.
O
SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): Está
feito seu registro, Ver. Maurício.
Solicito
a abertura do painel eletrônico, para verificação de quórum, para que possamos
ingressar na Ordem do Dia. (Pausa.) (Após o fechamento do painel eletrônico.)
Onze Vereadores presentes. Não há quorum.
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 16h47min.)
*
* * * *